Quando suspeitar que meu filho tem cardiopatia congênita?

Um em cada 100 bebês nascem com problemas no coração. Em casos mais graves, a criança pode necessitar de cirurgia logo após o nascimento e em outros casos é feito apenas tratamento clínico. O diagnóstico ainda durante o pré-natal aumenta chance de cura.

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A cada 100 bebês que nascem, um tem cardiopatia congênita.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estima-se em 29 mil o número de crianças que nascem com cardiopatia congênita todos os anos. O pior é que muitas delas morrerão antes de completar um ano de idade.

A cardiopatia congênita é uma doença que acompanha o portador desde o nascimento. Ela é secundária a uma alteração no desenvolvimento no coração do embrião que se forma até a oitava semana de gestação.

Causas

Inicialmente, entre os possíveis fatores de causas da doença estão algumas condições maternas, como diabetes mellitus, hipertensão, lúpus, infecções como a rubéola e a sífilis, uso de medicamentos e drogas e histórico familiar. Pais e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar um bebê cardiopata.

O bebê que tem problemas no coração pode apresentar sintomas de   insuficiência circulatória e respiratória, o que pode pôr em risco sua vida. 

Estima-se, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cerca de 130 milhões de crianças no mundo tenham algum tipo de cardiopatia congênita. Uma relação de um caso a cada cem nascimentos, segundo a American Heart Association, chegando a 1,35 milhão de doentes por ano. 

Por isso, diagnostico precoce é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de mortalidade infantil e por não serem evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença.

Atendimento especializado

Presentes desde o nascimento, as cardiopatias congênitas podem passar despercebidas e serem diagnosticadas mais tarde, já na idade adulta.

Muitas mães só descobrem que seu bebê tem algum problema no coração após o nascimento quando o Teste do Coraçãozinho é realizado. Esse exame deve ser feito nos primeiros dias de vida da criança, ainda na maternidade. O teste é feito com um oxímetro, que mede o nível de oxigênio no sangue do bebê e seus batimentos cardíacos – é um exame de baixo custo, rápido, não invasivo, indolor e obrigatório, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ecofetal poderia aumentar o dignóstico de cardiopatia congênita

Contudo, o diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal, único exame capaz de detectar uma cardiopatia congênita enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe, feito entre 21 e 28 semanas de gestação. Esse diagnóstico ainda na gravidez pode salvar muitas vidas, pois algumas cardiopatias precisam de intervenção e centro especializado assim que o bebê nasce.

Por isso, o acompanhamento médico no pré-natal é importante para o diagnóstico, caso existam fatores que levantem a suspeita clínica de problemas cardíaco-fetais. O ultrassom morfológico também pode apontar indícios de cardiopatia.

Quando suspeitar que meu filho possa ter cardiopatia congênita

A apresentação da doença pode ser bastante variável. Varia de formas assintomáticas e detectadas apenas com exame físico minucioso até casos mais graves onde a criança se apresenta com falta de ar, cansaço aos esforços, cianose (coloração azulada da pele), arritmias, desmaios , hipertensão arterial.
O bebê que não consegue mamar direito, não ganha peso e nem cresce, apresenta-se sempre cansado, adoece com frequência pode ter um defeito congênito no coração.

 Tratamento

Primeiramente,  corrigir o defeito estrutural seria o tratamento ideal para o tratamento. Em casos mais sérios, bebê pode passar por uma cirurgia ainda no útero, ser submetido à cirurgia imediatamente após nascer ou, também aguardar meses ou anos para chegar ao centro cirúrgico.
E mais, o tratamento clínico da cardiopatia congênita depende do tipo de defeito e também do quadro da criança.
 Algumas doenças não necessitam de tratamento, uma vez que podem apresentar cura espontânea. Já as formas mais graves geralmente apresentam a opção de tratamento cirúrgico.
Ainda há a opção do cateterismo cardíaco, que pode realizar procedimentos paliativos e até mesmo curativos. Com a melhoria do tratamento clínico e cirúrgico, a maioria dos pacientes atinge a idade adulta.