TECNOLOGIA
Sid Meier, criador de ‘Civilization’, diz que games atuais estão errados
Em palestra na GDC, ele falou sobre a psicologia dos jogos. "Os jogadores precisam se sentir envolvidos em sua jornada", afirmou.
Publicado em 13/03/2010 às 17:16
Do G1
O co-fundador da produtora Firaxis Games e o criador de “Civilization”, provocou os mais de 2 mil participantes de sua palestra na Game Developers Conference (GDC) em San Francisco, nos EUA. Para ele, tudo o que os desenvolvedores e os produtores conhecem sobre games está errado.
Na palestra chamada de “A psicologia do design de games (tudo o que você sabe está errado), Meier afirmou que, para criar um bom game, conceitos como matemática, ciência e pesquisa histórica não são os elementos principais para se criar um game de sucesso. “O mais importante é entender a psicologia do jogador”, disse. “Jogar é uma experiência psicológica, está tudo na nossa cabeça, o que nos torna egocêntricos. Se você joga ‘Civilization’, onde seu objetivo é ser um tipo de deus para criar uma sociedade, você é egocêntrico”.
Para evitar os mesmos problemas, Meier e seu time de desenvolvimento na Firaxis estão realizando mudanças em “Civilization Network”, jogo de estratégia que será lançado na rede social Facebook. “Queríamos dar a possibilidade de os jogadores darem dinheiro para civilizações mais pobres. Nos testes, isto nunca aconteceu, ninguém foi generoso o bastante para tal ação”.
Concluindo sua palestra, Meier falou sobre a Inteligência Artificial dos jogos. Ela é importante para a psicologia dos jogos, mas há um problema: os jogadores querem que ela seja mais inteligente do que eles, que não pareça burra. “Isto é uma grande reclamação por parte dos gamers”, disse. “Entretanto, se a IA está fazendo algo brilhante, os jogadores suspeitam que ela está roubando e isso quebra a sensação de realidade do game”.
O importante, para Meier, é poder usar essa psicologia dos games para criar uma jornada épica, algo que, por mais que os jogos de hoje sejam bem produzidos, não estão conseguindo tocar os jogadores. “Os games são muito vazios. Você os joga, termina e esquece deles. Temos que criar algo que faça essa jornada épica ficar gravada na mente do jogador”, afirmou. “Precisamos encorajar os jogadores para quem em nossos games eles posam contemplar as alternativas dos caminhos a serem escolhidos na jornada. Eles precisam se sentir envolvidos com o que está na tela”.
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