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Verão: chance de novos negócios impulsiona empreendedorismo

 Estação mais quente do ano impulsiona empreendedorismo, sobretudo venda de produtos e serviços voltados ao turismo.

Publicado em 03/01/2016 às 14:00

Com a chegada do verão, novas oportunidades de negócios surgem como a chance de conquistar um novo emprego ou, até mesmo, uma segunda fonte de renda. Com as temperaturas e o dólar em alta, aumentam as possibilidades dos turistas virem para o litoral paraibano e, com isso, aumentam também as chances de novos empreendimentos darem certo. Especialistas, no entanto, advertem: empreender requer cuidado e usar da criatividade e do bom senso é fundamental.

De acordo com o consultor em desenvolvimento de novos negócios e coordenador do curso de Administração da FPB, Heráclito Madeiro, os chamados "negócios de verão", este ano, estão chegando com força total, impulsionados pela movimentação de turistas, principalmente estrangeiros, em decorrência da alta do dólar. "Além disso, especula-se que a classe média investirá em um turismo local, aproveitando as atrações numa área geográfica menor", comenta. "Negócios nas áreas de estética, gastronomia, serviços na área de turismo e de saúde poderão encontrar um bom aporte na economia local", pontua.

Iniciativas como a venda de comidas na rua, como os 'food trucks' e os 'bike foods', por exemplo, segundo ele, são boas oportunidades. Além disso, há, também, o artesanato em duas áreas: bijouteria e customização de roupas. E, também, o personal para todos os fins: stylist, trainer, pet, e até mesmo sobrancelhas. "Por fim, há ainda os serviços de dicas de turismo online, principalmente para o turismo alternativo. E é preciso mencionar a importância das redes sociais não só para a divulgação como também para a comercialização destes produtos e serviços", acrescenta.

PLANEJAMENTO

Abrir um novo negócio requer uma série de cuidados e de muito estudo prévio. "Empreender tem uma relação direta com três aspectos: vocação, experiência e domínio gerencial. Se você não tem os três ainda, retarde seu sonho", aconselha o consultor. "Avalie bem todas as possibilidades e concentre suas forças em treinamentos, pesquisas e relacionamentos e só assim trabalhe duro para desenvolver projetos criativos e inovadores", complementa.

Além disso, o cenário econômico atual requer, ainda, o dobro de prudência: o ideal é fazer um bom planejamento.

Veja as dicas do consultor em desenvolvimento de novos negócios Heráclito Madeiro:

- Um bom estudo de mercado é fundamental para viabilizar o negócio;
- É preciso conhecer e dominar a área que vai atuar;
- Deve-se sempre buscar a criatividade e a inovação;
- Abusar da prevenção nunca é demais sem deixar de lado uma boa dose de
controle financeiro.

Na 'onda' dos food trucks

Os estudantes André Igor Fernandes e Ingrid Coutinho apostaram no verão como a chance de fazer um novo negócio dar certo. "Nós já tínhamos a vontade de começar um negócio próprio, aí aproveitamos a onda de food trucks e fomos em busca de algo que exigisse um investimento mais baixo", conta André Igor. Eles resolveram, então, oferecer um novo produto ao mercado pessoense: sorvete tailandês.

Para adquirir prática com o manuseio de alimentos, eles passaram a assistir vídeos de receitas na internet e, a partir daí, aprenderam novas receitas. Segundo André, da concepção da ideia até o negócio ser colocado em prática, foram cerca de quatro meses. Primeiro, eles passaram a fazer festas particulares para pessoas próximas. Após isso, sentiram-se seguros para ir para as ruas, o que aconteceu no final do mês de dezembro.

Atualmente, eles trabalham de terça a domingo, vendendo cerca de 50 unidades de sorvete por dia. O preço varia de R$ 8 a R$ 10. Os locais são variados: diariamente, eles escolhem um ponto e anunciam nas redes sociais. Embora ele seja estudante de Engenharia Ambiental e ela formada em Biomedicina, a experiência nos negócios tem dado resultado.
"O que eu tenho percebido é que, nessa área, não tem crise. Toda vez que saímos, conseguimos vender tudo", comemora André Igor.

Mercado para confecção UV

Outro negócio que começou no verão e deu certo é a iniciativa tomada pela empreendedora Marlene Lins, que costura há mais de 50 anos. Ela iniciou, no verão de 2014, a produção de roupas com proteção a raios ultravioletas (UV) e montou a loja Protec UV, na própria casa. "Trabalhei a vida inteira com tecido, então tenho experiência. De repente, comecei a perceber que a turma de fora que vinha para cá era quem vinha se protegendo desse sol que temos aqui e nós temos que nos cuidar também", conta.


Daí surgiu a ideia de começar a produzir as roupas com proteção UV. Junto com a filha, que a ajuda nas entregas e na publicidade, ela produz camisas para adultos e crianças com fator 50. "Esse é um fator que eu não tenho medo, que eu sei que protege. Até hoje não tive uma reclamação sequer", comenta.

Para começar o negócio, Marlene Lins contou com a ajuda do Banco Cidadão, da Prefeitura de João Pessoa, onde conseguiu recursos para comprar as primeiras matérias-primas e a máquina de costura.

Imagem

Jornal da Paraíba

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