A morte de Paulo Paiva, Jaguaribe e a música de João Pessoa

O domingo (21) me trouxe a triste notícia da morte do músico Paulo Paiva.

Paulo, irmão de outro músico, Babi.

Paulo e Babi, gente de um tempo que não existe mais. Tempo passado de Jaguaribe e da música de João Pessoa.

A casa ficava na avenida Monsenhor Almeida (antiga Minas Gerais), perto da esquina com a Vasco da Gama. Pai, mãe, dois filhos, duas filhas. Os homens – Paulo e Babi – eram músicos.

A gente chegava lá à tarde. Ouvia Thick as a Brick. Ou Never a Dull Moment. Eles pegavam os violões. Tocavam e cantavam While My Guitar Gently Weeps. Na performance, informal mas impecável, exibiam toda a sensibilidade e talento.

O rapaz que estava hospedado na casa simples da família Paiva era Carlinhos. Às vezes se juntava à sessão. Passava uma chuva em João Pessoa. Baterista. Tocava jazz. Muitos anos depois, o vimos na banda de Djavan. Ou Maria Bethânia. Ou Caetano Veloso. Virou Carlos Bala!

Paulo (como Babi) está associado a essas lembranças. A um tempo em que Jaguaribe era um bairro de muitos artistas. A uma João Pessoa com uma cena musical pulsante. Dos conjuntos de baile ao underground.

Vi os dois tocando muitas vezes. Fazendo solo, acompanhando colegas, em bailes, na noite.

Paulo, que agora se foi. E Babi. Não consigo separar um do outro.

Não eram só irmãos biológicos.

Eram irmãos na música.