COTIDIANO
Com medo da violência, funcionários da CBTU abandonam estação de trem
Criminosos fizeram um arrastão na estação de Mandacaru e agrediram o único guarda que atuava no local.
Publicado em 08/01/2016 às 11:25
Os funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que atuam na estação de Mandacaru, em João Pessoa, abandonaram os postos de trabalho nesta sexta-feira (8). Eles tomaram a decisão motivados pelo medo, após uma série de episódios de violência. O cúmulo foi um arrastão que terminou com o único guarda do local agredido, na quinta-feira (7). Com o abandono, os usuário dos trens tiveram acesso de forma gratuita à estação.
Uma funcionária da estação, que não quis se identificar, disse que insegurança no local é constante. A mulher contou que na quinta um grupo um de pelo menos cinco pessoas invadiu a estação e começou a brigar com outras que estavam lá. Eles também assaltaram passageiros que aguardavam trem e quando o guarda tentou interferir, acabou sendo agredido. Antes da fuga, os criminosos disseram aos funcionários que “quem denunciasse perderia a cabeça”.
A mulher relatou à reportagem do JORNAL DA PARAÍBA que a situação deixou todos os funcionários aterrorizados, estão todos com medo de morrer. Ela foi até o local nesta sexta apenas para pegar o trem para Cabedelo, para onde foi transferida pela CBTU.
A CBTU confirmou o problema da falta de segurança em Mandacaru e informou que transferiu os seis funcionários do local para outras estações. A companhia disse que vai tentar junto com a Polícia Militar a instalação de um posto móvel na estação, só depois disso o local deve voltar ao funcionamento normal. No total, a empresa conta com apenas 29 seguranças, sendo que dois deles atuam nos vagões e os outros espalhados pelas estações.
A Polícia Militar reforçou a segurança na estação de Mandacaru na manhã desta sexta-feira. De acordo com o capitão da Unidade de Polícia Solidária do bairro, Estevam Sabino, o crime da quinta-feira não foi denunciado. Os policiais suspeitam quem sejam os envolvidos, porque tem vários integrantes de gangue que agem no local, mas ninguém pode ser preso sem flagrante ou sem denúncia específica.
“Aqui, pela cultura do local, é um lugar meio complicado, onde sempre tivemos problemas. Os delinquentes ficam às margens da estação e causam esse clima de terror”, afirmou o capitão Sabino.“Estamos em contato direto com o superintendente da CBTU, vou batalhar para conseguir um policiamento fixo aqui para as proximidades”, completou.
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