COTIDIANO
PF apura atuação de traficante em compra de votos para candidato
Segundo investigadores, traficante de CG intimidava eleitores e até correligionários ao trabalhar numa possível compra de votos em três bairros em parceria com políticos.
Publicado em 29/10/2010 às 11:23 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:33
Karoline Zilah
Com informações de Milena Rodrigues
A Polícia Federal investiga indícios de atuação de um traficante de Campina Grande em campanha eleitoral. A suspeita é de que ele tenha fortes ligações com políticos e correligionários. A hipótese foi levantada na quinta-feira (28), quando a Polícia Militar revistou a casa de Francisco de Assis Clemente dos Santos, mais conhecido como “Passinho”, que domina o tráfico de drogas em três bairros da cidade.
Na residência dele, foram encontrados 134 títulos de eleitores e R$ 2,2 mil em dinheiro, além de uma lista com nomes, documentos de consultas de hospitais, guias de atendimento médico e contas de água e luz a pagar.
Assim como vem procedendo em todos os casos de suspeita de crime eleitoral, a PF não divulgou, nem confirmou, o nome do candidato ou da coligação que teria envolvimento no caso.
A casa do traficante invadida por suspeitas de envolvimento de Passinho em um assassinato ocorrido à tarde no bairro do Jeremias. A intenção era encontrar armas que comprovassem sua participação na morte. Ele já havia sido preso antes pelos crimes de homicídio e tráfico de drogas, e cumpria pena no regime semiaberto, em sistema de albergue. No entanto, a polícia se deparou com os indícios de crime eleitoral e convocou a Polícia Federal.
Passinho já era investigado há alguns meses pela PF por comandar uma organização criminosa que domina a venda de drogas nos bairros do Jeremias, Araxá e Jardim Continental. No decorrer das apurações de ontem, foi detectado um possível envolvimento em crime eleitoral, mais precisamente na compra de votos nestas comunidades, intimidação de eleitores, correligionários e políticos.
Segundo as primeiras pistas levantadas pela Polícia Federal, o traficante influenciava de forma irregular o voto dos moradores de suas áreas de domínio e teria uma ampla abertura com políticos.
De acordo com uma nota divulgada pela PF para a imprensa na manhã desta sexta-feira (29), além das investigações do homicídio, foi aberto um inquérito eleitoral para apurar os fortes vestígios de envolvimento do traficante com políticos e com a compra de votos. A polícia garantiu que as diligências em torno do caso vão continuar com o acompanhamento da Justiça Eleitoral.
Por enquanto, Passinho foi autuado em flagrante por homicídio qualificado. O criminoso será transferido ainda hoje para o Presídio do Serrotão, onde permanecerá à disposição da Justiça Criminal de Campina Grande.
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