VIDA URBANA
Acusados de expulsar famílias vão ficar presos
Flagrantes e mandados de prisão temporária foram convertidos em preventivas.
Publicado em 11/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 14:01
Os 15 presos na operação 'Esbulho', realizada pela Polícia Civil no último dia 26 de fevereiro, vão continuar detidos durante as investigações referentes à expulsão de proprietários de residências do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, para o tráfico de drogas em João Pessoa. Os flagrantes e mandados de prisão temporária foram convertidos em prisões preventivas pela juíza Maria Emília Neiva Oliveira, titular da Vara de Entorpecentes da capital.
A ação foi realizada pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil na comunidade Boa Esperança, bairro do Cristo Redentor, com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPPB) do Ministério Público. Dez mandados de prisão foram cumpridos, entre eles o do apenado da Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1) Djanilson Meireles de Lima, de 28 anos, que já cumpria pena por homicídio.
Segundo o delegado titular do GOE, Allan Terruel, a decisão do Poder Judiciário foi pautada no trabalho investigativo da Polícia Civil. “A conversão em prisão preventiva é importante porque garante que os criminosos vão passar mais tempo na prisão, o que contribui para as investigações e possível constatação de envolvimento em outros crimes. Ainda denota o trabalho exemplar da Polícia Civil que deu razões substanciais à Justiça dos crimes cometidos até agora”, frisou. O nome da operação faz referência ao ato de esbulhar, pelo qual o proprietário perde posse de alguns bens de maneira violenta ou clandestina.
De acordo com as investigações, o esquema era coordenado de dentro do presídio através de ligações telefônicas ou informações repassadas pela mulher do apenado aos membros da quadrilha, que obrigavam as famílias a deixarem suas casas. Os imóveis eram revendidos e com o dinheiro os acusado compravam drogas para abastecer o tráfico em vários bairros. Algumas casas também eram usadas como ponto de venda de entorpecentes na comunidade.
“Este preso (Djanilson) seria a pessoa que chefiava o grupo e a operação foi muito importante porque prendeu todos os principais membros do grupo como as pessoas que guardavam as chaves das casas e outros que expulsavam os moradores”, revelou Terruel.
A polícia acredita que pelo menos 30 famílias teriam sido vítimas e agora vão poder voltar para as suas residências, assim que a Justiça determinar a reintegração de posse. Todos os acusados foram encaminhados para os presídios de João Pessoa, onde vão aguardar pela sentença da Justiça.
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