VIDA URBANA
Engenheiro que elaborou laudo da barragem de Camará é responsável pela de Algodões
Luiz Hernani de Carvalho foi o projetista da barragem de Algodões, no Piauí, que rompeu na quarta-feira (27). Em 2004, participou da comissão que analizou ruptura de Camará.
Publicado em 02/06/2009 às 9:34
Da Redação
com informações da Secom/PB
O engenheiro civil Luiz Hernani de Carvalho, projetista da barragem de Algodões, no Piauí, que rompeu na última quarta-feira (27), é o mesmo que em 2004 coordenou o grupo responsável pela elaboração de laudo sobre ruptura da barragem de Camará (Alagoa Nova) durante o governo de Cássio Cunha Lima (PSDB).
O engenheiro apresentou laudo no dia 4 de agosto de 2004, em audiência pública organizada pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos no auditório do Crea – PB. O mesmo laudo serviu como subsídio técnico para a CPI instaurada na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Em 14 de novembro de 2004 foi apresentado outro laudo técnico feito pelos construtores da barragem com avaliação coordenada pelos professores da USP – Universidade de São Paulo Paulo Cruz, Luiz Guilherme de Mello e Georg Sadowski e opunha-se ao do engenheiro Luiz Hernani.
No caso de Algodões, com serviços que custaram ao Estado do Piauí R$ 273.400, conforme contrato publicado no Diário Oficial daquele estado, o engenheiro Luiz Hernani também autorizou o retorno dos habitantes das cidades abaixo da barragem às suas casas.
Dias antes da ruptura, em visita à barragem com o governador Wellington Dias, o engenheiro assegurou que não havia riscos. “Reafirmo o que havia dito antes e garanto a segurança desta barragem. O desmoronamento do acesso é natural, devido à força das águas que transbordaram", explicou o projetista, referindo-se à estrada que leva à barragem. Ele também garantiu que a estrutura do reservatório não está comprometida.
A barragem de Algodões rompeu em seu primeiro ano de sangria e, até o momento, vitimou 6 pessoas (5 continuam desaparecidas). No total são 2.000 desabrigados (transferidos para abrigos públicos), 953 desalojados (acolhidos em casas de parentes e amigos), 312 residências destruídas e 180 danificadas.
Segundo os bombeiros, a infra-estrutura de abastecimento de energia, transporte, àgua e telecomunicações dos locais atingidos está destruída.
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