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VIDA URBANA

Esquema liderado por presos é desarticulado

Desarticulação doesquema de tráfico liderado por presos aconteceu durante operação integrada entre a DRE e a Seap.

Publicado em 15/02/2013 às 6:00


Polícia revela que detento da Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes, o presídio de segurança máxima conhecido como PB1, em João Pessoa, comandava tráfico, mortes e mantinha laboratório para manipulação de drogas no bairro São José, na capital. Além disso, o acusado identificado como André Quirino da Silva, o 'Fão', 29 anos, que seria líder da facção criminosa 'Al-Qaeda' (Okaida), também estaria chefiando presos do Presídio Flósculo da Nóbrega, o Róger.

Mesmo recluso no presídio PB1, o 'Fão' mantinha conexões fora da unidade prisional. Já as ações criminosas seriam articuladas por Veronaldo Lucindo de Arruda, 31 anos, mais conhecido por 'Verão', também recluso no PB-1 e associado a André Quirino.

A desarticulação do suposto esquema de tráfico liderado por presos aconteceu durante operação integrada entre a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A ação aconteceu na última terça-feira e resultou na prisão de nove pessoas e a descoberta de um laboratório para manipulação de drogas, no bairro São José. Na ocasião também houve uma varredura dentro do Róger e foram encontrados vários celulares, videogames, roteador de internet, além de facas e armas brancas fabricadas artesanalmente. “Esse material entra através das visitas e também por corrupção de alguns funcionários. Fortalecemos a comissão especial de sindicância para punir de forma efetiva funcionários públicos que praticam este delito”, assegurou o secretário de Administração Penitenciária, Walber Virgulino, ressaltando que desde o mês passado, 17 processos disciplinares foram instaurados para investigar crimes praticados por funcionários do sistema penitenciário.

De acordo com o secretário, a vistoria no Róger aconteceu para evitar que o líder André Quirino entrasse em contato com outros associados do tráfico. “No decorrer da operação, houve a varredura no presídio. Intensificamos as operações para retirar os celulares da unidade penal e evitar que o 'Fão' determinasse alguma ação criminosa ao entrar em contato com estas pessoas que tinham mais acesso aos celulares”, frisou Walber.

As investigações que resultaram na desarticulação do esquema criminoso começaram há dois meses. Na época, agentes da DRE passaram a investigar as ações de um núcleo criminoso que atuava no bairro São José, praticando matanças e comandando o tráfico de drogas. O assassinato de uma mulher, no último dia 6, também desencadeou toda a ação policial na última terça-feira. O objetivo da polícia era apreender um carregamento de drogas que iria chegar ao local por volta das 18h.

“As equipes apreenderam 1 quilo (kg) de pasta base de cocaína que estava associada a outras drogas depositadas em uma casa de manipulação”, revelou o delegado titular da DRE, Allan Murilo Terruel. No 'barraco' improvisado, os policiais encontraram ainda grande quantidade de maconha, que totalizou 3,5 kg, 400 gramas de cocaína, além de produtos químicos que eram utilizados para adulterar o entorpecente e aumentar o volume, elevando o lucro dos traficantes.

A pasta base de cocaína era aquecida em uma churrasqueira e logo após era misturada a água inglesa, ureia, uísque, entre outras substâncias. No local, a Polícia Civil apreendeu um adolescente e prendeu três mulheres e três homens.

No laboratório para manipulação da droga foi preso ainda Alisson Júnior da Silva, 18 anos, segurança da 'boca de fumo', responsável por cobrar dívidas do tráfico e praticar homicídios, inclusive o ocorrido no último dia 6. Dois suspeitos conseguiram fugir e devem se apresentar até hoje, caso contrário será solicitada a prisão preventiva. (Colaborou Luzia Santos).

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Jornal da Paraíba

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