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VIDA URBANA

MP requer prisão de policiais em Campina

Requerimento está sob análise do juiz da 4ª Vara Criminal de Campina Grande; policiais são suspeitos de tortura e homicídio.

Publicado em 25/10/2012 às 6:00

O promotor Sócrates da Costa Agra requereu, na tarde de ontem, o afastamento, a prisão preventiva e o indiciamento dos 18 policiais militares envolvidos na morte do técnico em monitoramento Tiago Moreira Alves, 27 anos. O suposto crime de tortura aconteceu em 5 de agosto, no bairro do José Pinheiro, em Campina Grande. Seis policiais foram indiciados pela delegada Cassandra Duarte, por tortura seguida de morte.

O requerimento está sob análise do juiz da 4ª Vara Criminal de Campina Grande, Vandemberg Freitas Rocha. Segundo o promotor Sócrates da Costa, a promotoria entende que o ocorrido não se tratou de um simples homicídio. “O requerimento é porque chegamos à conclusão que se tratou de um crime de tortura e não de homicídio. A vítima foi torturada antes da morte”, explicou.

Foi requerido ainda a devolução do inquérito à delegacia para que outras testemunhas sejam convocadas e prestem novos depoimentos. De acordo com o Ministério Público, testemunhas do caso estão sendo ameaçadas. “Pedimos que todos sejam indiciados, porque participaram direta ou indiretamente, agindo ou permitindo a tortura. O pedido de prisão preventiva se deve ao fato de que as testemunhas estão sendo ameaçadas e precisamos assegurar a proteção das mesmas. Os autos registram um policiamento voltado para o crime e não para proteger a vida do cidadão, em uma conduta totalmente desnecessária e que poderia ter sido evitada”, assinalou o promotor Sócrates Agra.

O inquérito agora deve retornar para a Delegacia de Homicídios de Campina Grande e a delegada Cassandra Duarte terá 30 dias para analisar o requerimento.

Tiago Moreira, de 27 anos de idade, morreu no dia 5 de agosto deste ano. A esposa da vítima, Alessandra Alves, disse que Tiago teve uma crise de abstinência de drogas e acabou invadindo a casa de um policial. A casa do PM fica a menos de 30 metros da casa da vítima. Lá, segundo a Polícia Civil, teria sido espancado até a morte por policiais.

De acordo com o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Souza Neto, o policial e a esposa dele foram agredidos por Tiago e chamaram reforço policial para conter o rapaz. No último dia 14 de setembro, os seis policiais militares foram indiciados, de um total de 18 que foram investigados.

Através de sua assessoria, a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social informou que nenhum comunicado oficial foi recebido pelo órgão, que desconhece qualquer pedido de prisão expedido pelo Ministério Público.

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Jornal da Paraíba

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