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VIDA URBANA

Novas drogas derivadas do crack atraem jovens da PB para o vício

Entre os novos ‘produtos’ do tráfico estão o oxi e o zirrê, que são derivados do crack. Oxi é quatro vezes mais perigoso do drogas mais potentes.

Publicado em 06/02/2011 às 10:05

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

Os efeitos devastadores do consumo e comercialização do crack, da cocaína e da maconha já são conhecidos de praticamente toda a população. Esses entorpecentes causam dependência, desestruturação familiar e quase sempre levam à morte, seja provocada por problemas graves de saúde nos usuários ou por conta da dominação do tráfico imposta aos consumidores.

Somente no ano passado, 1.485 pessoas foram assassinadas na Paraíba, sendo, de acordo com a polícia, grande parte dos crimes motivada por envolvimento com o tráfico. No entanto, a cada dia surgem novos entorpecentes no Estado, representando desafios a serem combatidos.

Entre os novos ‘produtos’ do tráfico estão o oxi e o zirrê (nas cidades de João Pessoa e Campina Grande), que são derivados do crack. O oxi por exemplo é quatro vezes mais perigoso do que as drogas mais potentes e pode matar o viciado em até oito meses de consumo.

Por outro lado, o consumo do ecstasy, LSD e heroína também tem crescido na Paraíba. No Estado, porém, as apreensões dessas drogas ainda são modestas. Enquanto a Polícia Federal apreendeu nos últimos três anos mais de uma tonelada de maconha, uma quantidade superior a 327 quilos de cocaína e 139 quilos de crack, os agentes federais conseguiram encontrar nesse mesmo período apenas 435 comprimidos de ecstasy e 240 micropontos de LSD. O material foi apreendido em 2009, na Grande João Pessoa.

O ex-coordenador do Grupo de Operações Especiais da Paraíba (GOE-PB) delegado Walber Virgolino alerta que os novos entorpecentes estariam ganhando espaço entre os jovens, sobretudo aqueles provenientes em camadas da sociedade mais abastardas que teriam condições de adquirir os produtos. Semelhante ao que ocorre com as drogas tradicionais, as novas variedades também ‘sobrevivem’ na ilicitude, provocam malefícios à saúde e têm a mesma facilidade de ingressar no Estado e serem comercializadas.

“A forma do tráfico se expandir é a mesma. Até bem pouco tempo os traficantes só comercializavam o crack, a maconha e a cocaína. Mas aos poucos esses novos produtos foram invadindo e aliciando os dependentes. Os efeitos são devastadores, disse Walber Virgolino. “O que a gente observa é que os outros crimes praticados têm relação direta na maior parte dos casos com o tráfico. Crimes de execuções, assaltos, lavagem de dinheiro, são muitos”, complementou.

Ao contrário do que ocorre com as drogas ‘tradicionais’, como a maconha e o crack, vendidos geralmente em bocas de fumo localizadas em bairros periféricos das cidades paraibanas, as novas drogas são mais ‘sofisticadas’ e invadem ambientes como boates, academias e shows de grandes públicos; onde os “consumidores finais são também diferenciados”, alertou Walber.

“Um ponto de LSD é R$ 50,00. É caríssimo. É uma droga que pouca gente tem acesso para comprar. Em nossas operações e no decorrer das investigações a gente chegou a identificar laboratórios de fabricação de drogas no Rio Grande do Norte”, observou o delegado titular da Delegacia de Repressão aos Entorpecentes.

Veja matéria completa na edição do Jornal da Paraíba deste domingo (6).

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Jornal da Paraíba

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