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VIDA URBANA

Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos

Veja os trechos que estão interditados na Paraíba e serviços que mudaram rotina.

Publicado em 28/05/2018 às 8:05 | Atualizado em 29/05/2018 às 7:01


                                        
                                            Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos

				
					Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos
Caminhões estacionados no Porto de Cabedelo (Reprodução/Tv Cabo Branco).

O protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia de mobilização em ocupação das rodovias federais da Paraíba nesta segunda-feira (28). A mobilização continua mesmo depois do Governo Federal anunciar no domingo (27) uma redução no valor do litro do diesel de R$ 0, 46. Conforme o último balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado no domingo,  há pelo menos 15 trechos com manifestação em todo o estado.

Na cidade de João Pessoa, o protesto continua concentrado na BR 101, na altura do km 89, próximo ao viaduto de Oitizeiro, e em Cabedelo, na BR 230 no Km 3. Ainda na região metropolitana da capital, há manifestação também na BR 230 no km 35, em Bayeux.

Em Campina Grande, na região do Agreste, os caminhões permanecem estacionados em três pontos às margens da BR 230; km 143, km 153 e km 165 da rodovia. A manifestação também permanece no km 119 da mesma rodovia, em Riachão de Bacamarte.

Ainda de acordo com a PRF,  há caminhoneiros concentrados em manifestações nas proximidades do município de Soledade, no km 213; em Santa Luzia, no km 292;  Patos, no km 331; Pombal, no km 403; e Marizópolis, no km 478, todos os trechos localizados na BR -230. Já na BR-412  os protestos acontecem em três trechos; Sumé no km 103, Boa Vista no km 22 e Monteiro, no km 145.


				
					Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos
Vans escolares fazem protestos em vários pontos da cidade em João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1).

Veja como estão protestos nas ruas

Motoristas de vans e motoqueiros iniciaram um protesto nas ruas de João Pessoa, durante a manhã desta segunda-feira, interditando diversos pontos na cidade. A manifestação é contra o aumento no preço dos combustíveis.

Entre as ruas que chegaram a ser interditadas, estão a entrada do Terminal de Integral de Varadouro; cruzamento da avenida Getúlio Vargas com a Tabajaras; cruzamento da avenida Padre Meira com o Parque da Lagoa; na rotatória do Centro de Tecnologia da UFPB e no cruzamento da rua Gama; rua João Cyrillo no Altiplano; na ladeira do Cuiá e Melo com a Miguel Couto; na Beira Rio e no Busto de Tamandaré. Teve carreata na Avenida Epitácio Pessoa, em frente ao Batalhão de Engenharia, ocupando a faixa exclusiva de ônibus. De acordo com a Semob-JP, todos estes pontos já foram liberados.

Às 19h45, acontece manifestação com interdição no Altiplano, na rua João Cyrillo. Todas as informações foram passadas pela Semob-JP.


				
					Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos

Terminal de Integração nesta segunda-feira (28) em Campina Grande (Foto: Felipe Valentim/Tv Paraíba)

Veja como está o transporte público

Nesta segunda-feira, em João Pessoa, o serviço de transporte público está funcionando com 50% da frota de ônibus para atender a população; nesta terça-feira (29), a frota disponível será de 70%. A informação foi confirmada pelo Sintur e Semob. Já em Campina Grande,  apenas 55% da frota total de ônibus que trabalham no serviço de transporte público foi liberada. A redução nas duas cidades ocorre devido o desabastecimento de combustível para os veículos.

Já os trens urbanos na Região Metropolitana estão funcionando normalmente e a CBTU informou que há combustível suficiente para dez dias circulando.

No Terminal Rodoviário de João Pessoa, das 16 empresas que operam no transporte interurbano, seis estão com todas as viagens canceladas e duas estão rodando com apenas metade dos veículos viajando. As empresas orientam que os passageiros que precisarem do serviço devem fazer contato telefônico antes de se dirigir ao terminal.

A Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV) informou que, no Nordeste, as operações conseguiram repor parte dos estoques, "mas ainda não está descartado o déficit de combustível caso o quadro de abastecimento permaneça nos próximos dias", segundo nota. Não há informações sobre a situação específica na Paraíba.

Veja como estão serviços, escolas e universidades

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) mantem o ponto facultativo decretado desde sexta-feira (25). Os hospitais universitários da UFCG, no entanto, permanecem funcionando.

Já a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mantém a orientação de que professores não realizem chamadas e atividades avaliativas dos alunos. Apesar de não ter sido declarado ponto facultativo, os servidores que não conseguirem chegar ao trabalho vão ter as faltas abonadas. Serviços essenciais, especialmente os voltados a atender a comunidade, seguem funcionando.

Já a rede estadual de ensino vai funcionar normalmente, ao contrário do que chegou a ser divulgado na tarde de domingo (27). Em nota publicada pela Secretaria de Comunicação, o Estado informou que a notícia de que os gestores de cada gerência estavam autorizados a liberar as aulas foi divulgada sem autorização.

Em Campina Grande, a recomendação da Secretaria Municipal de Educação é que os diretores têm autonomia para decidir se abre ou não a escola, mas nenhum aluno pode ser prejudicado. A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) determinou a suspensão das aulas da rede municipal a partir da terça-feira (29), as Creches vão funcionar normalmente.

>>> Associação de hospitais privados faz alerta para a suspensão de tratamentos médicos

A prefeitura de Santa Rita anunciou que as aulas da rede municipal estão suspensas e a coleta de lixo vai ser feita apenas parcialmente. Os demais serviços seguem funcionando normalmente.

A Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), garante que a coleta domiciliar regular de lixo está funcionando normalmente, mesmo devido a paralisação dos caminhoneiros. Cada caminhão compactador consome de 100 a 120 litros de combustível por dia. Na Capital, circulam cerca de 30 caminhões que recolhem em média 710 toneladas de resíduos diariamente.

Veja como está a Justiça

Entre os órgãos de portas fechadas nesta segunda-feira estão a primeira e segunda instância do Tribunal de Justiça e o Ministério Público estadual, que mantém apenas a agenda com procuradores eleitorais. Já a Justiça Federal retoma o funcionamento, mas mantém suspensos os prazos processuais. E a Defensoria Pública vai manter apenas atendimentos de emergência, com expediente suspenso.

No Tribunal Regional do Trabalho, o desembargador-corregedor e vice-presidente, Wolney de Macedo Cordeiro, expediu uma recomendação de que os juízes do trabalho deliberem sobre manter ou adiar as pautas para esta segunda-feia, “após a avaliação acerca dos aspectos relacionados ao abastecimento e à mobilidade no âmbito da respectiva jurisdição”.


				
					Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos
Motoristas fazem filas em postos de combustíveis em Campina Grande (Foto: Felipe Valentim/Tv Paraíba).

Liminar  determina 100% de distribuição dos combustíveis

Uma liminar expedida pelo Juízo da 2ª Vara de Cabedelo determinou no sábado (26) a liberação de 100% das cargas de combustíveis na Paraíba para abastecimento dos postos. Antes, uma outra decisão em liminar determinava a distribuição de apenas 30%.

Alguns caminhões foram liberados dos bloqueios durante o fim de semana para realizar o abastecimento dos postos em algumas regiões do estado, no entanto, a situação de desabastecimento continua na maioria dos pontos de distribuição. Neste domingo (27), em Campina Grande, motoristas esperaram mais de 17 horas em filas para conseguir abastecer seus veículos. Apenas três postos receberam cargas de combustíveis na cidade.

O presidente do Sindicato de Condutores de Transporte de Combustíveis e Produtos Perigosos, Emerson Galdino, informou nesta segunda-feira, que os caminhoneiros estão dispostos a manter a movimentação no ponto de distribuição no Porto de Cabedelo. Ele afirmou, no entanto, que isso não é mais uma orientação do sindicato.

Falta gás de cozinha

Uma reunião entre o Sindicato dos Revendedores de Gás GLP da Paraíba (Sinregás-PB) e o Ministério Público da Paraíba (MPPB) deve acontecer nesta segunda-feira, para discutir uma medida de solução diante da falta do gás de cozinha em João Pessoa.

Conforme o presidente do Sinregás-PB, Marcos Antônio Bezerra, a cidade de João Pessoa continua sem gás de cozinha. O problema é registrado desde a sexta-feira (25). "Continuamos em colapso total", disse.

Já em Campina Grande ainda não há confirmação sobre a falta do gás de cozinha.

Aeroportos estão sem combustível para aviões

Segundo informação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) os Aeroportos Castro Pinto, em João Pessoa, e João Suassuna na cidade de Campina Grande, ambos na Paraíba, estão querosene para o reabastecimento de aeronaves nesta segunda-feira.

Apesar da falta do combustível, os aeroportos estão abertos e têm condições de receber pousos e decolagens. Nos terminais em que o abastecimento está indisponível no momento, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo. A Infraero  informou também que  está monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais e, recomenda que, os passageiros procurem as companhias para consultar a situação de seus voos.


				
					Protesto dos caminhoneiros chega ao 8º dia nesta segunda; veja efeitos
Sede da Empasa nesta segunda-feira (28) em Campina Grande (Foto: Felipe Valentim/ Tv Paraíba).

Alimentos têm alta de 300% devido desabastecimento

A Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa) está funcionando, nesta segunda-feira (28), com apenas 10% do fornecimento de produtos agrícolas. De acordo com o diretor presidente, José Tavares, devido a pequena oferta dos produtos, os preços sofreram uma alta de até 300%. "Está faltando ovo, laranja, temos pouca tomate mas de péssima qualidade porque desde quarta-feira que não temos abastecimento. A batata sofreu uma alta de 200% em cima do valor normal, já a tomate foi de 300%", diz o presidente.

Apesar da pouca oferta de produtos, José Tavares disse que os comerciantes continuam frequentando a Empasa. "Eles estão aqui na expectativa que chegue as mercadorias", afirma.

Já nos supermercados não há produtos na área de hortifruti. De acordo com o presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Damião Evangelista, a parte de perecíveis e açougue já começam a ficar comprometidos neste 8º dia de paralisação. "A parte de perecíveis suporta só três dias sem estragar, estamos sem abastecimento desde quarta-feira da semana passada. Já está visível a falta dos produtos nos supermercados", diz.

O presidente da ASPB, Damião Evangelista, informou ainda que os supermercados não estão restringindo o número de produtos por cliente.

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Epitácio Germano

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