VIDA URBANA
Resíduos de borracha são reaproveitados em asfalto
Pesquisa desenvolvida na UFCG aponta que resíduos de borracha da produção de sandálias aumenta a durabilidade da pista.
Publicado em 28/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/07/2023 às 12:39
Uma pesquisa desenvolvida no curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) está criando uma tecnologia de reaproveitamento de resíduos de borracha que sobram da produção industrial de sandálias para a produção de asfalto. A descoberta diminui o impacto negativo no meio ambiente.
Segundo o professor doutor Ariosvaldo Barbosa Sobrinho, orientador da pesquisa – uma tese de doutorado que será defendida hoje às 15h, na UFCG, em Campina Grande, pelo pesquisador Fábio Remy –, os estudos mostraram que os resíduos de borracha acrescentados aos ingredientes que formam a manta asfáltica conferem maior flexibilidade ao asfalto e podem até triplicar a durabilidade da pista.
“Utilizamos o produto proveniente do petróleo e junto aos outros ingredientes, como brita e areia, adicionamos o material borrachoso, oriundo da produção de sandálias da Alpagartas em Campina Grande”, explicou.
De acordo com o orientador, há um aumento de 10% no custo de produção, mas segundo ele, o gasto é mínimo, quando comparado aos benefícios gerados. “Envolve mais energia, para manter aquecida a massa asfáltica e um maquinário específico. Mas o custo é muito pequeno, se levarmos em consideração a qualidade. O asfalto borracha é mais silencioso, mais flexível e dura até três vezes mais do que o convencional”, enfatizou.
Segundo Ariosvaldo Barbosa, a pesquisa é pioneira no Brasil, com relação ao uso de borracha proveniente de calçados para a produção de asfalto.
Indagado sobre o trabalho, o pesquisador Fábio Remy afirmou que uma vez concluído, a expectativa é que ele seja colocado em prática. “Comecei a pesquisa percebendo a carência de inovações. Estamos focados na defesa do projeto, que prevê a integração dessas partículas oriundas dos resíduos sólidos para melhorar a qualidade do asfalto. Futuramente, esperamos colocar os estudos em prática”, salientou.
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