VIDA URBANA
Transferência de leitos da pediatria da FAP continua sem solução
Nova reunião poderá determinar se o serviço passará para a atenção básica do município ou continuará sendo no hospital.
Publicado em 12/05/2015 às 14:51
A transferência dos 22 leitos do setor de Pediatria do Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) para a administração da Secretaria de Saúde de Campina Grande continua em discussão. Na reunião realizada na manhã desta terça-feira (12), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) não tomou uma decisão sobre o caso e, por isso, o atendimento infantil na unidade médica irá continuar, pelo menos até o dia 2 de junho.
Na ocasião, haverá nova reunião entre as partes, que poderá determinar se o serviço passará para a atenção básica sob responsabilidade do município ou continuará sendo no hospital.
O promotor Lúcio Mendes, da promotoria das Fundações, explicou que até a data do novo encontro tanto a Secretaria de Saúde como a direção da FAP irão se encontrar para discutir e encontrar a melhor saída para que o serviço de Pediatria não seja prejudicado na cidade. Ele afirmou que até lá é necessário que se chegue a uma resolutividade para que a população infantil de Campina Grande não acabe sendo prejudicada com a suspensão, mesmo que momentânea do serviço.
A secretária de Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, afirmou que o município está disposto a repassar um recurso na ordem de R$ 50 mil por mês para solucionar o deficit financeiro que o hospital afirma ter com a manutenção do setor de Pediatria.
Já o presidente da Fundação Assistencial da Paraíba, Hélder Macedo, disse que a entidade não tem mais condições de seguir com o atendimento, já que precisa ampliar o serviço de Oncologia do hospital, uma vez que a demanda de processos judiciais que obrigam o tratamento crescem a cada mês.
A previsão de encerramento dos serviços de pediatria no Hospital da FAP para maio foi definida, segundo Macedo, numa reunião com a Promotoria da Infância de Campina Grande e a Secretaria de Saúde, em janeiro deste ano, quando foi definido um prazo de 120 dias.
Ele explica que quando a FAP entrou em funcionamento, há 50 anos, existia uma grande demanda por serviços de pediatria em Campina Grande, mas que nos últimos anos a instituição vem constatando uma queda na ocupação dos leitos dessa área e os custos com a manutenção do serviço geram um déficit financeiro. “Em 2014 esse déficit chegou a R$ 600 mil e não temos como arcar com ele”.
Sobre a questão a Secretaria de Saúde se posicionou, na última quinta-feira (7), contrária ao fechamento das alas. Conforme a secretaria, apesar das dificuldades em todo o país no custeio de serviços de saúde no âmbito do Serviço Único de Saúde (SUS), o órgão tem dado total apoio à instituição, inclusive, com aporte financeiro ao hospital, além dos repasses mensais do Fundo Municipal da Saúde. Ainda segundo o texto, a secretaria ressaltou que espera que a decisão seja revista pela direção da FAP.
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