ECONOMIA
Agricultoras de Picuí vão expor doces de associação de mulheres na COP 30, no Pará
Doces, geleias e bolos são feitas artesanalmente e também industrialmente, em menor escala. Objetivo é fomentar o empreendedorismo feminino.
Publicado em 06/11/2025 às 6:03

Uma associação de mulheres agricultoras na cidade de Picuí, no Seridó da Paraíba, vai expor doces, geleias e bolos feitas artesanalmente e, em parte, de maneira industrial, durante a 30ª Edição da Conferência do Clima, a COP 30, que vai ser realizada em Belém, no Pará, a partir do dia 10 de novembro.
Na zona rural de Quixabá, área rural de Picuí, pelo menos nove mulheres, das mais de 25 associadas, desenvolvem o trabalho com as frutas umbu, caju e coco. Os materiais feitos são justamente a partir da fruta extraída naquela região. O projeto tem objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino.
"São 25 mulheres que são associadas atualmente, mas na ativa são nove que estão trabalhando diariamente, de segunda a sexta, produzindo e vendendo para Bahia, Maranhão, Belo Horizonte, onde pede a gente entrega”, disse Damiana Morais, presidente da associação.

Em relação a matéria prima para produção dos materiais, as próprias mulheres colhem os frutos para produção. Por mês, a produção gera cerca de R$ 30 mil, que é dividido proporcionalmente de acordo com as horas trabalhadas e destinadas ao projeto.
“Eu vivia em casa, sou da agricultura, no roçado, ajudando meu marido a cortar lenha e catar, aí quando eu passei a vir para cá, tudo melhorou”, relatou Adriana Mohamed, uma das produtoras da associação.
O projeto surgiu devido uma necessidade criada a partir das condições climáticas da região do Seridó paraibano para as mulheres que já trabalhavam como agricultoras. A fundadora da associação "Mulheres da Quixaba" disse que antes do projeto parte delas ficava ociosa.
"As mulheres da Quixaba não tem muito o que fazer, porque as chuvas são poucas, as mulheres se limitam a ficar em casa, esperando pelos auxílios do Governo Federal, então, partindo daí, tivemos essa ideia, fundamos a associação e começamos a luta em buscar apoios", explicou Ednalva Dantas.
De acordo com a fundadora, inicialmente foi buscada uma capacitação para trabalhar com o umbu pela pioneiras da associação e, posteriormente, a expertise com outras frutas foram sendo acrescentadas ao empreendimento.
"A primeira porta que a gente bateu foi na antiga Emater, hoje Empaer, buscamos uma capacitação para se trabalhar com umbu, fruto nativo da região", disse.
A exposição paraibana na COP 30

Apesar da produção ser totalmente paraibana, os doces e outros materiais produzidos pelas associadas vão ser exibidos no painel do estado do Pará, já que a Paraíba não vai ter uma exposição própria no evento. No entanto, as mulheres vão participar das mesas de negociação.
“Imagine só, as delícias da Quixaba trigésima Conferência Mundial trabalhando sobre a questão climática. Nós estamos indo lá com um projeto, de desenvolver o empreendedorismo da mulher rural”, ressaltou Ednalva Dantas, fundadora da associação.
Mesmo com a participação na cúpula do clima, a visão da associação é, em primeiro lugar, para ajudar as mulheres da região do interior da Paraíba, para a mulher rural ser inserida no mercado de trabalho.
“Aqui, esse lugar [o sítio Quixaba], ele foi construído a partir de sonhos. Sonhamos em ter um futuro melhor, sonhamos onde a mulher rural fosse inserida no mercado de trabalho. É dado um duro muito grande, essas mulheres trabalham duro para que essas produções aconteça”, disse.
A Conferência do Clima é anualmente realizada em diferentes países, que reúne diversos líderes mundiais com intuito de discutir formas para beneficiar o meio ambiente e conter os avanços da poluição e problemas climáticos.

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