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ECONOMIA

Grandes redes de farmácia chegam com ampla força à Paraíba

Com preços agressivos, ampla infraestrutura e mix diversificado, elas conquistam espaço, gerando impacto nos pequenos farmacêuticos

Publicado em 08/11/2015 às 7:00

As grandes redes de farmácias chegaram com força à Paraíba. Com preços agressivos, ampla infraestrutura e mix diversificado, elas têm índice de crescimento anual de dois dígitos, em pleno momento de crise. A expansão deste segmento, porém, gera impacto nos pequenos farmacêuticos, que lutam para manter os preços mais competitivos e focam no atendimento para manter os clientes. A proximidade do público, por estarem instalados geralmente no coração de bairros periféricos, também favorece a permanência dos empreendimentos independentes no mercado.

Na Paraíba existem cerca de 1.400 farmácias e as drogarias (não trabalham com manipulação de produtos) representam cerca de 95% desse total. Há 35 anos presente no mercado pessoense, a Farmácia Frei Norberto, situada em Cruz das Armas, é um destes pequenos estabelecimentos. O administrador do local, Wellington Fernandes Lucena da Silva, lamentou a difícil disputa com as redes nacionais e confessou que já teve que reduzir o quadro de pessoal por causa da queda no volume de vendas.

“A cada dia enfrentamos a chegada das grandes redes que fazem promoções difíceis da gente acompanhar. Tentamos negociar com nossos distribuidores para conseguir bons preços e manter os clientes. O bom é que a nossa tradição no bairro também conta muito. Mas este ano já dispensamos dois funcionários para reduzir despesas, porque senão fica inviável nos mantermos. Os impostos e inflação são muito altos”, confessou Wellington Fernandes.

O presidente do Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de João Pessoa (Sindifarma-JP), Hebert Almeida, afirmou que as grandes redes estão investindo na Paraíba por causa da expansão do mercado nordestino. “O sindicato apoia a chegada das grandes redes. Mas também orienta os pequenos, que precisam se aperfeiçoar, ter iniciativa para poder competir”.

Segundo ele, uma das diferenças que podem ser observadas no mercado de drogarias é que a maior parte das unidades pertencente às grandes franquias estão situadas nas avenidas nobres da cidade, enquanto os pequenos estão inseridos dentro de comunidades periféricas. “Então os pequenos podem investir no atendimento, ter uma relação mais próxima com o cliente para se fortalecer. A Fecomércio da Paraíba oferece cursos de capacitação na área de atendimento”, lembrou Hebert.
O presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Paraíba (Sindifarma-PB), Neilton Neves, salientou que a expansão desses grupos é um processo que está ocorrendo na Paraíba, assim como já foi registrado em outros países, como os Estados Unidos da América (EUA). De acordo com ele, as grandes redes de capital aberto captam recursos fora do Brasil para depois investirem no mercado interno. Com isso, a situação para o pequeno empreendedor do ramo é preocupante.

“Desde o ano passado as grandes redes começaram a investir forte no Nordeste. Ao pequeno, cabe se reinventar”, alertou Neilton Neves.

Volume de vendas

As grandes redes de farmácias venderam, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, R$ 23,4 bilhões no varejo, índice 12,75% maior do que o mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Para o presidente executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto, o bom desempenho no ano deve-se principalmente à eficiente gestão de estoque no setor. “As grandes redes conquistam espaço entre os consumidores justamente por serem suas próprias distribuidoras, não dependendo de fabricantes ou outros tipos de fornecedores para alimentar as gôndolas e garantir a oferta permanente de medicamentos”.

Crescimento não sofrerá interrupção

A expansão das redes farmacêuticas é visível na Paraíba. Como se não bastasse a multiplicação das franquias que chegaram ao Estado há algumas décadas, ainda o surgimento de novas marcas. Um exemplo é a Globo, que inaugurou suas primeiras unidades este ano nos bairros pessoenses como Bancários e Tambauzinho.

A rede de farmácias Pague Menos, por exemplo, instalou a primeira unidade na Paraíba em 1997, dezoito anos depois já possui 30 filiais no Estado, com planos para mais crescimento no próximo ano. Do total de farmácias implantadas, 23 estão na Região Metropolitana de João Pessoa, três em Campina Grande, uma em Guarabira, duas em Patos e uma em Sousa.

“Para o ano de 2016, a expansão continuará na Paraíba. Já temos várias unidades negociadas, e algumas outras em prospecção, tanto na capital, como no interior e Sertão paraibanos”, declarou o supervisor da rede Pague Menos em João Pessoa, Ildo Dias.

A Paraíba, segundo ele, está entre os Estados do Nordeste que mais se destacam no varejo na região. “E o consumidor tem vivenciado mudanças no decorrer desse mercado tão promissor”, acrescentou. Para o supervisor da rede Pague Menos, além da aquisição de produtos, o cliente está cada vez mais exigente e seletivo e deseja ter uma boa experiência de compra.

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Jornal da Paraíba

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