ECONOMIA
Mercado de trabalho perde dinamismo, diz Ipea
Informações são do Boletim de Mercado de Trabalho, que analisa a conjuntura nacional a partir de dados da Pesquisa Mensal do Emprego.
Publicado em 05/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:06
O mercado de trabalho perdeu dinamismo no primeiro semestre de 2013, apesar de ter atingido um patamar importante na perspectiva histórica, avaliou ontem Carlos Henrique Corseuil, diretor adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O órgão, vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, divulgou o Boletim de Mercado de Trabalho nº 55, que analisa a conjuntura nacional a partir de dados da Pesquisa Mensal do Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e de dados do Cadastro Geral de Emprego (Caged) e do Dieese.
"De forma geral, o mercado de trabalho mostrou uma perda de dinamismo em relação à evolução que vinha mostrando nos anos passados. No primeiro semestre de 2013, tanto a população ocupada quanto os rendimentos médios mostraram uma tendência de queda, embora outros indicadores, como a taxa de informalidade, continuem melhorando.
A gente atribui essa perda de dinamismo na população ocupada e nos rendimentos a uma possível reação tardia no mercado de trabalho aos indicadores macroeconômicos, que, no final de 2011 e início de 2012 não estavam mostrando uma evolução muito positiva", disse o diretor, que aponta uma possibilidade de melhora. "Em certo sentido, o fato de o PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país] dar sinais de recuperação, agora é um sinal de esperança para a gente de que o mercado vai ter uma reação positiva no segundo semestre".
Um dos pontos destacados pelo economista é que, em 2013, a taxa de desocupação chegou a superar, em junho, a registrada no mesmo período de 2012. "Isso era algo que não acontecia nos últimos anos. O desemprego vinha caindo continuamente. Mas o patamar não é ruim. Uma taxa de 6% é ao menos bem razoável para um país em desenvolvimento". A taxa de desocupação média do primeiro semestre foi 5,7%, equivalente a 0,2 ponto percentual menor que a do mesmo período de 2012. De 2011 para o ano passado, a queda tinha sido de 0,5 ponto percentual.
A população ocupada, outro indicador usado na análise, também se comportou de forma mais fraca em comparação aos anos anteriores, com queda entre janeiro e abril, e recuperação no segundo trimestre. A oscilação gerou um crescimento médio de 1,2%, ou de 272 mil postos de trabalho, sobre 2012. "Quando a gente olha para os dados de julho, são sinais ambíguos. No que diz respeito ao rendimento, o dado mostrou que continua uma tendência de queda. Em relação à população ocupada, mostrou um aumento que pode ser uma reversão dessa tendência de queda", avaliou o pesquisador, que ponderou ser preciso analisar as próximas pesquisas para confirmar os sinais.
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