Cajazeiras tem problemas na saúde pública

Marcar uma consulta em hospitais públicos no município de Cajazeiras está longe de ser uma tarefa fácil. Dentre os muitos exemplos que poderiam ser citados, destacamos o da secretária do lar Maria José Barbosa, 55. Para que a irmã que tem problemas mentais seja atendida, ela precisa passar a manhã inteira na porta da Unidade de Saúde da Família (USF), no bairro do Morro Cristo Rei. “Apesar da minha irmã ser preferencial, isso é desprezado. Para garantir atendimento, não tem outro jeito”, desabafou. A cidade tem 1.156 pessoas com distúrbios mentais, segundo o IBGE (2000).

A população de Cajazeiras conta com um Hospital Regional Estadual, oito postos de saúde e 21 centros de saúde básica. Ao todo 134 leitos estão disponíveis para população que necessita de internação, sendo 91 no Regional e 43 nas unidades básicas.

No final do ano passado, a cidade ganhou mais 13 leitos e outros cinco devem ser implantados até dezembro. Mesmo com esses números, Cajazeiras ainda deixa de assistir toda a demanda existente. Reclamações não faltam e atendimentos de alta complexidade, como câncer e Aids, por exemplo, precisam ser feitos em João Pessoa ou Campina Grande. O drama já foi vivido pelo vendedor ambulante Osvaldo Alves de Matos, 44. Ele foi ao posto de saúde para fazer um procedimento dentário, mas voltou para casa sem atendimento, porque não tinha anestésico. “Tive que pagar R$ 60,00 em um dentista particular para fazer o procedimento, caso contrário ainda estaria com o incômodo”, comentou.