POLÍTICA
Insatisfeito com Jota Jr., Domiciano estuda se pode assumir Prefeitura
Vice-prefeito de Bayeux, Domiciano Cabral (DEM), consulta advogado para decidir entre ser candidato a deputado ou ficar à disposição da Prefeitura, caso Jota Jr. seja cassado.
Publicado em 04/03/2010 às 10:27
Karoline Zilah
O vice-prefeito Domiciano Cabral (DEM), de Bayeux, demonstrou insatisfação com o prefeito Jota Júnior (PMDB) ao anunciar que está consultando a possibilidade de assumir o cargo de chefe do Executivo municipal caso seu colega seja cassado.
Em entrevista ao Paraíba1, Domiciano declarou que precisa saber qual será o futuro de Jota para decidir se vai investir na candidatura a deputado estadual ou se permanece à disposição da Prefeitura para assumir o cargo caso o prefeito tenha seu mandato cassado.
Um grande impasse ocorrido entre Domiciano e Jota Jr. é a quebra de acordo entre eles. O prefeito decidiu lançar a candidatura do irmão Carlos Sousa (PP) a deputado federal, propondo uma 'dobradinha' entre ele e Domiciano para Brasília. Contudo, ele não aceitou e considerou mais adequado concorrer à Assembleia Legislativa.
Negando rompimento, Domiciano disse que Jota teria “faltado o compromisso” com ele. “Eu não rompo com ninguém, mas as pessoas faltam o compromisso comigo. Eu sigo a minha caminhada política. Foi ele quem quebrou acordo comigo ao lançar a candidatura do irmão, Carlos Sousa”, comentou.
O vice-prefeito ainda reclamou que o ex-aliado não teria sido transparente no que diz respeito aos processos que correm contra ele. “Ele nunca sentou comigo para conversar sobre as ações às quais ele responde. Estou fazendo uma consulta para saber a verdade sobre as decisões da Justiça contra Jota Jr. Não tem sentido eu ser candidato a deputado estadual, caso ele seja cassado. Eu teria que assumir a Prefeitura”, disse Domiciano.
Já Eduardo Costa, advogado de Jota Júnior, defendeu que não há hipótese de Domiciano assumir o mandato. A única possibilidade, segundo ele, seria se Jota Jr. se candidatasse a deputado federal e renunciasse à Prefeitura, dando espaço ao vice. “Me parece que esse rompimento é questão política”, complementou.
A defesa sustenta que não há risco de Jota sair do cargo por uma decisão judicial porque o processo impetrado no ano de 2006 no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele foi declarado inelegível, teria perdido o efeito nas eleições de 2008, quando Jota se candidatou a prefeito e foi considerado apto pela Justiça Eleitoral.
Já processos de 2008 impetrados por Expedito Pereira acusam Jota e Domiciano de compra de votos, o que arriscaria o mandato de ambos. No entanto, segundo o advogado, a Justiça de Bayeux considerou em 1ª instância que as eleições foram limpas. Atualmente, o caso está sob o crivo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
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