POLÍTICA
Jornalistas vão depor sobre a vida nos anos de chumbo na PB
A Comissão Estadual da Verdade vai ouvir os relatos de jornalistas que viveram os anos de chumbo da censura.
Publicado em 10/04/2015 às 7:17 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:57
Em um passado não tão distante, o conteúdo do que era veiculado na imprensa era controlado pelos militares. Para tentar resgatar parte dessa história, a Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória realizará no próximo dia 15 de abril, às 9h, no auditório do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCTA/UFPB), mais uma audiência pública, dessa vez para ouvir os relatos de jornalistas que viveram os anos de chumbo da censura.
Participarão do debate, que tem como tema “Censura à Imprensa e à Cultura”, os jornalistas Gonzaga Rodrigues, Teócrito Leal, Carlos Aranha, Biu Ramos e João Manoel de Carvalho, além de Zezita Matos.
A ideia é ouvir os testemunhos dos profissionais que sofreram com a opressão do regime de censura à liberdade de expressão na Paraíba “Em se tratando do acesso à informação, principalmente quanto a arquivos e documentos, há muito o que se avançar, mas contamos com a história oral para que possamos preencher essa lacuna na Paraíba, resgatar essa parte da história que foi apagada”, justifica o coordenador da Comissão Estadual da Verdade, Waldir Porfírio.
À época, presidente da Associação Paraibana de Imprensa, no final dos anos 1970, o jornalista Biu Ramos disse que as edições dos periódicos eram controladas pela Polícia Federal e que as ordens vinham do Sul. “Eles mandavam orientações sobre a proibição de tratar de determinados assuntos nos jornais, o que era prontamente acatada por nós, mas nada com violência, como se viu nos periódicos nacionais", comenta.
Já o jornalista Teócrito Leal, que foi editor do combativo Jornal O Norte, nos anos do Regime Militar, lembra que foram tempos difíceis para a liberdade de expressão. “A censura inicialmente vinha por telegramas, proibindo que determinadas matérias fossem publicadas. Posteriormente, como alguém começou a guardar esses telegramas, eles passaram a vir pessoalmente para dizer o que podia ou não ser veiculadas”, recorda.
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