POLÍTICA
Oposição acusa Durval Ferreira de travar CPIs na Câmara de JP
Quatro pedidos de instalação de CPIs foram protocolados na presidência do Legislativo, uma da oposição e três governistas.
Publicado em 16/03/2016 às 9:16
A decisão do presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, Durval Ferreira (PP), de segurar os pareceres de todos os pedidos de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para serem divulgados de uma vez foi vista pela oposição na Casa como manobra para que nenhuma saia do papel. Ao todo, quatro pedidos de instalação de CPIs foram protocolados na presidência do Legislativo, uma da oposição e três governistas.
Pela ordem cronológica, a assessoria jurídica da Câmara poderia liberar primeiramente o parecer sobre a admissibilidade da CPI da Lagoa, que visa investigar as denúncias apresentadas pela Controladoria Geral da União (CGU) a respeito de indícios de desvio de cerca de R$ 10 milhões nas obras de revitalização do Parque Solon de Lucena, e só depois analisar as outras três – CPI da Desk, CPI da Cagepa e a CPI do Gari, as três últimas governistas.
A decisão de só liberar o parecer da CPI da Lagoa quando os outros estiverem prontos foi vista pela oposição como movimento para favorecer o prefeito Luciano Cartaxo, evitando o debate sobre as denúncias às vésperas da eleição. O prêmio para a operação, segundo oposicionistas, seria a garantia de que o filho de Durval, Durval Ferreira Neto (Durvalzinho), assuma a superintendência do Instituto de Previdência do Município (IPM).
Ferreira negou que haja uma estratégia para evitar que as denúncias da CGU entrem em pauta na Casa. Segundo o presidente, a nomeação do seu filho para o IPM faz parte de um acordo firmado desde 2012. “Meu menino ia ser presidente do IPM logo quando Cartaxo foi eleito, mas nós cedemos para uma composição com o PTB. Houve um acordo em que assim que o atual presidente retornasse (Pedro Coutinho) à Casa, ele assumiria a titularidade. Estamos aguardando isso com a maior naturalidade, e a CPI não tem nada a ver com esse assunto e com outros que poderão vir”, explicou.
Apesar de ponderar que não acredita que a decisão da presidência seja uma manobra para protelar o andamento dos trabalhos da oposição, o vice-líder da bancada oposicionista, Raoni Mendes (DEM), cobrou ontem agilidade da Casa.
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