O Dia Mundial do Pão é comemorado neste sábado (16). A Paraíba tem uma receita própria que é considerada Patrimônio Imaterial, desde abril de 2021, o pão de Saora. O alimento, que tem como característica uma massa mais densa e ausência de produtos químicos, leva o nome de seu criador.
O pão de Saora foi considerado patrimônio imaterial da Paraíba no dia 28 de abril. A Lei 11.916/2021 é resultado de uma proposta do deputado Jeová Campos, por meio do do PL 2.590/2021.
Seu Severino Cabral, conhecido como Saora, nasceu em 1918 na cidade de Teixeira, no Sertão do estado. Após ter ficado órfão aos 9 anos de idade, mudou-se para Patos onde começou a trabalhar como padeiro. O paraibano fez do pão o seu ofício.
Em 1947, já casado e com filhos, seu Saora passou a morar em Cajazeiras, onde viveu até seus últimos dias. Foi nas ruas da cidade, com seu balaio na cabeça, que o padeiro se tornou conhecido. Crianças e adultos esperavam ele passar para comprar os pães do dia.
Seu Saora era tão famoso na cidade que virou até uma música do grupo Tocaia da Paraíba. “Lá vem Saora descendo a ladeira com um balaio de pão na cabeça”, diz a composição de Naldinho Braga.
O pão de Saora
O produto artesanal, de receita criada por seu Saora, é uma espécie de pão francês, porém com a massa mais densa e casca mais leve.
Jana Barbosa Cabral, neta do padeiro, explicou ao JORNAL DA PARAÍBA que o pão é livre de produtos químicos em sua composição.
Todo o processo é feito manualmente. Não é acrescido de nenhum tipo de conservantes ou aditivos químicos , como: conservantes , anti-mofo, entre outros utilizados na panificação industrial. Utilizamos fermento biológico em baixíssima quantidade e a massa passa por aproximadamente cinco horas de descanso para a fermentação, explicou ela que gerencia a padaria da família em João Pessoa.
Herança familiar
Severino Cabral teve dois casamentos e 11 filhos, cinco do primeiro casamento e seis do segundo. A primeira esposa, Maria Porfíria, faleceu ainda jovem, então Saora se casou novamente com com Antônia Feitoza, ainda viva.
O padeiro faleceu em 2004, mas deixou a panificação como herança familiar. Dois filhos levam o negócio adiante com Jana, filha de um deles e neta de seu Saora. Em 2020, o famigerado pão atravessou a Paraíba e passou a ser comercializado também em João Pessoa.