1º de agosto marca o Dia Nacional do Cordel. Característico da cultura nordestina e com linguagem literária própria à região, o cordel ganhou o mundo e desde 2018 é considerado Patrimônio Cultural Brasileiro. Em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, existe uma biblioteca com acervo com mais de 18 mil cordéis.
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A Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida leva o nome do professor, jornalista, pesquisador e folclorista Átila Almeida. Ele nasceu em 1923, em Areia, no Brejo paraibano, e era filho de um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras, o historiador e intelectual Horácio de Almeida.
Átila Almeida era professor e amava matemática, mas também nutria paixão pela literatura popular. Em vida em construiu um dos mais raros acervos da literatura nordestina, com sete grandes coleções de livros, cordéis, folhetos, catálogos, jornais e xilogravuras.
O acervo pessoal de Átila Almeida foi adquirido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em 2003 e, no ano seguinte, a biblioteca foi inaugurada. A instituição desde então cumpre a função de conversar e manter a coleção, que fica no primeiro andar do prédio da Administração Central da UEPB, em Campina Grande.
A coleção era constituída somente pelo acervo de Átila Almeida, mas aos poucos novos acervos de personalidades influentes, como Raymundo Asfora, Severino Bezerra de Carvalho e Manoel Monteiro, foam incorporados à coleção.
Os cordéis
Além dos livros e vasto acervo de jornais impressos da região, a Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida também possui uma as maiores coleções de cordéis do mundo, segundo a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Atualmente, 18.416 cordéis fazem parte do acervo, conforme a organização do local.
A coleção de cordéis é composta por títulos raríssimos, datados a partir do ano de 1907. Conhecida como 'cordelteca', o local também disponibiliza cordéis escritos e ilustrados por nomes como Leandro Gomes de Barros e José Camelo de Melo Resende.
A "fama" de possuir um dos maiores acervos de cordéis do mundo existe com base em pesquisas de instituições como a Associação Brasileira de Cordel (ABLC) e a Fundação Joaquim Nabuco.
Os cordéis são divididos por sessões: Coleção Átila Almeida (AA00), coleção arquivo Átila Almeida (AAA0), coleção pós Átila, que são os cordéis datados após a morte dele (PA00), coleção Gilmar de Carvalho (GC00), coleção Marcelo Soares (MS00), coleção Manoel Monteiro (MM00), coleção Medeiros Braga (MB00) e doações avulsas (DO00).
Por conta da fragilidade dos cordéis, alguns deles preservados a mais de 100 anos, o acervo não está aberto ao público geral. Para ter acesso, era preciso informar o interesse a universidade através de agendamento. Era, por que o espaço está temporariamente fechado para readequações. Mas, enquanto isso, os leitores podem acessar gratuitamente o acervo online de cordéis da biblioteca.
Os cordéis podem ser acessados e baixados livremente. Nele, você encontrará uma coleção diversificada de cordéis, incluindo muitos clássicos.
