Ter o trabalho reconhecido e valorizado. Ir ao salão no meio do dia. Conseguir buscar os filhos na escola. Ter tempo para cuidar de si. Receber retorno adequado ao esforço que empenha em tudo o que faz. Tudo isso se materializa como sonho e objeto de desejo para várias mulheres, cada uma com o seu próprio jeito, dentro de sua realidade. Tudo isso parece possível para as que são “CEO da própria vida”.
É dessa forma com que a empresária Duda Vieira, de 26 anos, tem inspirado e impulsionado centenas de milhares de mulheres na internet. O meio é um perfil no Instagram. O fim é o incentivo para quem quer trabalhar por um futuro diferente.
“As mulheres precisam ser as líderes, as chefes das próprias vidas. E ser ‘CEO da própria vida’ é basicamente você tomar as rédeas da sua vida e conseguir tomar decisões, fazer escolhas de acordo com aquilo que é melhor pra você, melhor pra o seu futuro. Então é como se a vida fosse uma empresa e você se tornasse a chefe da sua vida mesmo, tomando decisões estratégicas pra você chegar onde você quer”.
Duda não sabe dizer com certeza a origem desse termo. Mas foi a partir dele que ela criou a comunidade “Ceo Digital”, explicou.
“É um espaço onde mulheres que querem, de fato, assumir essa posição, se unem, se encontram pra que elas consigam tomar boas decisões utilizando o digital”, destacou.
Duda se refere a um problema crônico quando se fala sobre a mulher no mercado de trabalho. Dados do 3º trimestre de 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, indicam que o Brasil contava com 89,6 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 47,9 milhões faziam parte da força de trabalho.
Na Paraíba, 611 mil eram consideradas empregadas e outras 16 mil desempregadas. A taxa de desemprego no estado foi de 13,5%.
E embora o mercado de trabalho paraibano seja movido por tantas mulheres, os salários delas ainda são menores do que os dos homens. Conforme o mesmo levantamento, elas ganham 10% a menos que eles.
Uma das alunas da Duda é a Madlene Lima, de 30 anos, que é influenciadora digital e produz conteúdo voltado para a linguagem corporal associada à fotografia e imagem pessoal feminina. Morando em João Pessoa há 10 anos, ela também possui uma carreira no setor bancário.
Madlene acredita que, depois que entrou na comunidade, passou a ter mais consciência do seu papel e importância na sociedade como um todo. Para ela, ser "CEO da própria vida" é ser dona do seu querer.
“Quando comecei no digital, não imaginava acessar os lugares que sonhava, fazer viagens a trabalho nem conhecer e participar de eventos na área com outros profissionais incríveis que eu admirava”, contou.
https://www.instagram.com/reel/ClFCWmOA6cR/?igshid=NDk5N2NlZjQ=
'Não é uma coisa que acontece do dia pra noite'
“A primeira coisa que ela [mulher] vai ter que fazer ao longo desse processo de ser "CEO da própria vida", porque realmente não é uma coisa que acontece do dia pra noite, é que ela tome consciência daquilo que ela está vivendo naquele momento”, cravou Duda.
Essa reflexão da Duda parte da vivência que ela tem com mulheres que optaram por uma carreira quando eram muito jovens e acabam se arrependendo, querem seguir outro caminho e até fazer uma transição de carreira.
Outros exemplos são mulheres que não estão satisfeitas com os salários que elas ganham, com os resultados que elas têm hoje na vida delas, que se sentem muito cansadas, ou nem tem tempo para cuidar dos filhos.
“Então a primeira coisa que elas têm que fazer é tomar consciência disso. Tomar consciência de que elas não estão satisfeitas com o que estão fazendo agora e querem melhorar. Assim, uma mulher pode trabalhar via CLT e se tornar empreendedora, por exemplo. Ela vai traçar um plano estratégico para que ela consiga, de fato, a fazer aquilo que ela gostaria de estar fazendo”, ressaltou a empresária.
Liberdade tripla: de tempo, geográfica e financeira
Quando uma mulher assume o papel de "CEO da própria vida", ela passa a ter mais liberdade, baseada nos seguintes aspectos:
LIBERDADE DE TEMPO: mais tempo livre e flexibilidade de horários.
LIBERDADE GEOGRÁFICA: possibilidade de trabalhar de diferentes lugares.
LIBERDADE FINANCEIRA: ganha bem e tem o trabalho valorizado. E com isso, a rotina torna-se mais prazerosa, sem fazer as coisas apenas por obrigação.
“O que acontece muito hoje é que a maioria das mulheres depende muito de outras pessoas, elas não têm horários flexíveis, elas não têm liberdade financeira, por exemplo. Então, elas não conseguem, muitas vezes, manter o padrão de vida que elas gostariam. Elas não têm tempo pra ficar com os filhos. Então focam muito frustradas porque elas adorariam buscar o filho na escola. Adorariam passar o dia no salão", lamentou.
https://www.instagram.com/p/CiP-1o1L8ER/?igshid=NDk5N2NlZjQ=
‘Um patrocinador dos nossos sonhos’
Duda começou o trabalho no Instagram em 2018. Recém formada em Direito, produzia conteúdo relacionado com a advocacia, o público-alvo que ela tinha na época.
A vontade de entrar nessa área surgiu antes mesmo que ela se formasse. Pouco tempo antes de pegar o diploma, percebeu que não tinha emprego e ainda não sabia se continuaria trabalhando no escritório onde estagiava. Foi ainda nesse período que a virada de chave aconteceu.
“Eu trabalhava na mesma sala que o meu chefe. Eu me lembro que sempre que dava umas 18h mais ou menos, que não tinha nenhum cliente pra atender, ele tirava o sapato e colocava o sapato em cima da mesa. E eu na época, como não era chefe, era funcionária, não podia fazer isso. Eu falei: ‘eu quero ter o meu lugar, eu quero ter o meu negócio e eu quero conquistar a liberdade de colocar o pé na mesa quando eu quiser. Parece uma coisa pequena, mas se tornou um símbolo pra mim”, recordou.
https://www.instagram.com/p/CE-QguMjT3E/?igshid=NDk5N2NlZjQ%3D
Mas não foi fácil deixar para trás o que já estava construído. Foi necessário muito planejamento até que a transição de carreira acontecesse integralmente.
“Durante esse tempo fui mudando a minha concepção de sucesso. Porque a minha toda eu havia me preparado para ser advogada. Essa é uma grande dor de muitas mulheres. Fazer faculdade, pós-graduação. E é muito difícil a gente abrir mão disso pra viver uma vida diferente”.
A partir disso, a jovem passou a traçar um plano para chegar onde queria. Permaneceu advogando até juntar dinheiro suficiente para se manter por um ano até se estabilizar e se dedicar totalmente ao digital.
“Não foi fácil, mas temos que ver esse momento como um patrocinador dos nossos sonhos. Eu sabia que aquilo era momentâneo, transitório e tinha prazo pra acabar”, pontuou.
Esse movimento gerado no Instagram, que já alcançou mais de 15 mil alunas na comunidade e mais 400 mil na própria rede social, mostra exatamente que a mulher é capaz de mudar qualquer situação que esteja vivendo.
“Eu busco inspirar as mulheres a fazerem revoluções nas próprias vidas com o que elas sabem que tem potencial pra alcançar”, declarou.
https://www.instagram.com/p/CdDuz8trrer/?igshid=NDk5N2NlZjQ=
CEO Digital
A comunidade “CEO Digital” é um espaço onde mulheres extraem o seu potencial máximo.
“A forma mais fácil e rápida é através do digital. Porque no digital eu consigo atrair muitas pessoas, expandir meu trabalho e fazer as pessoas me conhecerem em menos tempo. É muito mais fácil você fazer isso no Instagram do que no boca a boca, por exemplo. Você consegue atingir pessoas que jamais te conheceriam se elas não fossem suas vizinhas”.
Na comunidade, as alunas aprendem o passo a passo para que consigam se colocar no Instagram, produzir conteúdos e até vender infoprodutos. Além de aprendizado, juntas, ainda se apoiam.
“Na vida real elas não têm apoio. As pessoas duvidam muito delas, que acaba, não tendo um ambiente propenso pra desenvolvimento. Então elas acabam se conectando com outras mulheres que mostram que os sonhos delas não são impossíveis, que elas não precisam ter vergonha de sonhar com aquilo”.
Neste Dia Internacional da Mulher, a empresária deixa uma mensagem inspiradora.
“Eu quero muito que vocês lembrem que é totalmente possível. Você n é mais fraca, você não é mais vulnerável, você não é menos capaz do que eu. Pra mim, sempre foi muito claro que desistir não é uma opção. Quando eu desisto de algo, eu desisto dos resultados que algo vai trazer pra minha vida. Nós, mulheres, temos alguns obstáculos a mais no nosso caminho. Então se torne CEO da sua própria vida e construa todos os dias a vida que quer ter no futuro”, concluiu.
