O que faz um jogador de renome nacional querer jogar na Paraíba? Dinheiro? Qualidade de vida? Família? No caso de Warley, tudo isso foi importante na decisão de desembarcar em 2011, há 10 anos, no futebol paraibano. A ideia de trazer o ex-jogador de Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Seleção Brasileira foi do Treze.
E a decisão de ir mesmo para a Paraíba? Não foi muito difícil. Churrasco, música e muita resenha compuseram o ambiente da escolha do novo clube de Warley naquele ano. Tudo do jeito que o W9 gosta.
- Eu estava em casa e eu tinha uma proposta de um grande clube de Recife e uma outra de Minas Gerais, além do Treze. Contei para meu pai e minha mãe, e ele disse: “O Treze, o Treze”. A gente estava fazendo um churrasco lá em casa, tomando um danoninho, e ele disse: “Realiza meu sonho, que eu sempre fui trezeano”. Meu pai é de Puxinanã. Então eu disse: “Vamos!” - comentou.
A ideia de contratar um nome famoso do futebol brasileiro, que já caminhava mais para a reta final de carreira, mas que poderia dar conta do ataque do Galo foi de outro jogador do Treze, o ex-meia Gil Baiano. Ele conversou com Marcelo Vilar, que gostou da ideia e conversou com o presidente alvinegro na época, Fábio Azevêdo. Todos se esforçaram para convencer o atacante a jogar pela primeira vez na terra do seu pai.
- O Gil Baiano eu conhecia pelo mundo da bola. Ele e o presidente Fábio Azevêdo me ligaram para fazer uma proposta. Eu recebi o convite do Marcelo Vilar, que me ligou, e a gente conversou por horas. Me explicou como era o clube e qual era o planejamento do clube em 2011. Quando o presidente do clube, o treinador e o gerente do clube liga para gente, não dá para negar - comentou.
Foi um excelente ano do atacante com a camisa do Treze. A estreia no futebol da Paraíba não poderia ser melhor. Warley jogou muita bola, marcou vários gols e fez uma dupla memorável com o baixinho Cléo. O camisa 9, naquele momento com 33 anos, marcou 20 gols na temporada e conquistou o título estadual.
- O pessoal falou que eu iria fazer uma dupla com o Cléo Paraense. Fizemos uma dupla muito boa. A gente foi campeão paraibano em cima do Campinense, no maior rival, e depois fomos para a Série D, onde fizemos uma bela campanha e onde fui artilheiro do clube na competição - lembrou.
Na Série D do Campeonato Brasileiro, no segundo semestre, Warley foi ainda mais protagonista. Levou o Galo até as quartas de final da competição, o mata-mata do acesso, diante do Santa Cruz. Após dois empates, o Galo acabou sendo eliminado para o Tricolor por conta do critério dos gols fora de casa.
No ano seguinte, já em outro clube, o atacante viu o Treze subir de divisão pelo tapetão, após uma batalha jurídica, mas muito por conta do quinto lugar na Série D de 2011, conseguido muito por conta do camisa 9.
VIRA-CASACA
Em 2012, Warley fez, talvez, o movimento mais contestado e criticado que um jogador pode fazer em sua carreira. Tal qual Figo, quando trocou o Barcelona pelo Real Madrid, Warley saiu do Treze diretamente para o Campinense. Após uma bela temporada pelo Galo, a Raposa foi atrás do atacante para ser a estrela do time em 2012. E conseguiu tirar o centroavante do rival.
- A gente estava tudo certo praticamente (com o Treze), mas aqueles últimos detalhes atrapalharam. O pessoal não queria valorizar um pouco mais. Na minha opinião, eu tinha feito um ano muito bom, em 2011. Mas não deram certo as negociações. Mas quando eu saí da sala do presidente, eu liguei para o meu empresário dizendo que não tinha dado certo. Mas não deu tempo nem de chegar em casa, o presidente do Campinense me ligou. William Simões acertou tudo muito rápido, e depois fez uma coisa extraordinária, chamou a torcida para o aeroporto, depois fui de jatinho para Campina Grande, com a torcida me levando para o Renatão - disse o ex-atacante.
Mesmo com um time inferior ao Treze do ano anterior, Warley se destacou bastante. E fez até mais gols do que com a camisa do Galo. Foram 23 gols na temporada, e 21 só no Campeonato Paraibano daquele ano, quando foi campeão estadual e artilheiro pela primeira vez do torneio.
Na Série D do Campeonato Brasileiro, Warley novamente ficou no quase dentro de campo. O atacante levou o clube ao mata-mata do acesso, mas a Raposa não conseguiu passar pelo Baraúnas, que acabou garantindo uma vaga na Série C de 2013. O ano de 2013, que por sinal, ficaria para sempre na história de Warley. Dessa vez, por um rival do Campinense. Mas essa é uma outra história.
