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QUAL A BOA?

Dragbox: paraibano e mato-grossense viralizam na internet como drag queens

Publicado em: 16/04/2022 às 13:24

O casal formado pelo paraibano Thairone Cavalcanti, de 28 anos, e o mato-grossense Eduardo Kunst, de 24 anos, está por trás do canal Dragbox. Eles, que moram em João Pessoa, criaram as drag queens Tatá M. Shady e Olive Oil e começaram a publicar vídeos em 2019. O que era inicialmente um hobby, tornou-se um canal com quase 100 mil inscritos, fora as outras redes sociais do projeto.

No TikTok, o perfil do Dragbox já acumula mais de 366 mil seguidores. Já no Instagram, o número passa de 200 mil.

Thairone Cavalcanti trabalhava como professor de inglês, enquanto Eduardo Kunst veio de Cuiabá para João Pessoa cursar gastronomia. Os dois se conheceram na capital paraibana e começaram a namorar. O paraibano já experimentava a arte drag como um hobby e, por meio dele, o mato-grossense começou a conhecer e se interessar. Foi a partir disso, para praticar, que começaram a fazer vídeos reagindo a episódios do reality RuPaul’s Drag Race, como conta Eduardo Kunst.

“A gente começou o canal em uma grande brincadeira na verdade. Porque a Tatá já fazia maquiagem antes e eu nunca tive esse contato. Daí quando a gente começou a se relacionar, ela começou a me mostrar , eu comecei a me interessar, daí eu também comecei a brincar com maquiagem. E daí a gente precisava de uma motivação para se maquiar. O canal sempre foi bem pequeno, a gente fazia mais por gostar muito mesmo. Sempre foi muito na vibe de um hobby”.

As coisas começaram a mudar quando um trecho do canal Dragbox viralizou no TikTok. No vídeo, que fazia parte de um react de um episódio de RuPaul’s Drag Race, Tátá e Olive discutiam sobre a ordem da metamorfose de uma borboleta. A forma descontraída com que as drags discutiram o assunto chamaram a atenção dos usuários.

Depois do viral, Tatá e Olive resolveram criar um quadro fixo no canal, o “EAD”, onde respondem perguntas de conhecimentos gerais, enviadas pelos seguidores no Instagram.

Atualmente, Thairone e Eduardo se dedicam exclusivamente ao canal, e buscam estar sempre se reinventando. São publicados mensalmente 12 vídeos, com diferentes quadros. Além do EAD, eles continuam comentando o programa RuPaul’s Drag Race, respondem perguntas pessoais e até dão pitacos nos problemas enviados pelos seguidores.

Thairone Cavalcanti garante que os vídeos não possuem um roteiro, porque para eles isso pode fazer com que a espontaneidade se perca.

“A gente se tocou que gravando vídeo é dessa forma, a gente não trabalha com roteiro. Se a gente tiver que ler ali as piadas, não vai pra frente, não fica espontâneo. Então, a gente sempre procura fazer com o que vem na nossa cabeça na hora”.

Processo de criação do canal Dragbox

Apesar do sucesso, Thairone e Eduardo são realistas com relação à viralização na internet e buscam sempre corresponder às expectativas do público, mantendo uma variedade para não se tornar algo cansativo. 

A gente viralizou com conhecimentos gerais. Você não pode pensar ‘ah viralizei com conhecimentos gerais e vou me dedicar à música’. As pessoas que vão chegar, elas estão procurando aquela coisa e você não pode botar a culpa no seu público”. 

Pensando nisso, além do EAD, em que eles respondem perguntas dos seguidores, criaram também a ‘Recuperação’, quadro para lerem as correções às respostas erradas. 

“A gente nunca deixou de apostar em outros conteúdos. Tanto que esse quadro do EAD com o Dragbox é só uma vez por mês, e a gente lança 12 vídeos por mês. Então assim, a gente teve que se reinventar, procurar conteúdos que tenham afinidade com esse EAD. Trazer um pouco da nossa afinidade, da nossa vida pessoal. Então, a gente sempre foi testando”. 

No momento, o Dragbox só cresce, e os usuários das redes sociais estão amando acompanhar Tatá e Olive. Thairone e Eduardo, por sua vez, sabem que precisam manter a essência, mas também conservar a qualidade do conteúdo. “Acho que uma das coisas que mais estraga a cabeça dos criadores de conteúdo é quando eles tiram a responsabilidade do conteúdo e botam no público. 'Vocês não estão vendo, vocês não estão me apoiando'.  É como você lançar um produto no mercado. Se as pessoas não comprarem, o problema não é das pessoas”. 

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Luana Silva

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