Profissionais de saúde estão de olho em concurso público

Cursos na área de saúde podem ser um trampolim para conquistar a estabilidade e bons salários, através dos concursos públicos.

Há quem diga que os cursos da área de saúde, principalmente medicina e enfermagem, estão saturados; que há muitos profissionais para poucas vagas de emprego. Os cursos na área de saúde podem ser um trampolim para conquistar a estabilidade e bons salários, através dos concursos públicos que oferecem vagas para médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham com a saúde. Muitas oportunidades na área vão surgir até o final deste ano e é importante ficar atento para não perder os prazos.

O diretor da Especializa Cursos, Madson Mariz, disse que, de uma forma geral, sai na frente quem está mais preparado, quem tem mais conhecimento. Isso tanto no setor privado, como nos concursos públicos. “A gente observa que há um crescente número de profissionais sendo formados nessa área, portanto, se destaca quem busca o diferencial, como cursos de capacitação e especialização, ou cursinhos preparatórios, no caso dos concursos”, afirmou.

Na unidade de João Pessoa, uma turma foi aberta recentemente voltada para profissionais de enfermagem interessados em fazer concurso público. “Geralmente os professores do cursinho focam nos assuntos que costumam ser cobrados nas seleções, assuntos de conhecimentos gerais”, destacou o diretor.

Para os formados em medicina, boa parte das oportunidades surgem nas prefeituras do interior, interessadas em contratar médicos através da realização de concursos públicos.

Recentemente, a prefeitura de Pedra Lavrada abriu concurso para contratação de técnicos de enfermagem, fisioterapeuta, odontólogo e médicos de várias especialidades e para o Programa de Saúde da Família (PSF). O salário inicial de médico PSF é de R$ 5.920,00 mais gratificação.

Outro concurso em andamento, esse de âmbito nacional, é o da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujas inscrições podem ser feitas até hoje. Há 157 vagas para especialista em regulação e vigilância sanitária, estão aptos a se inscrever nesse cargo profissionais de enfermagem, farmácia, medicina, biologia, biomedicina, nutrição, medicina veterinária, fisioterapia e odontologia.

Para quem tem o curso técnico de enfermagem, a orientação dos professores de cursinhos é que estudem assuntos como: fundamentos da enfermagem; assistência de enfermagem em doenças transmissíveis; assistência em doenças como diabetes e hipertensão; doenças frequentes na infância; enfermagem de urgência; e primeiros socorros. São assuntos básicos, recorrentes nos concursos. É importante também ficar atento à forma de elaboração das bancas organizadoras e responder provas de seleções anteriores.

Estudo e dedicação são importantes

Quando decidiu fazer o curso técnico de enfermagem, Paula Brandão não sabia direito o que queria, mas acabou acertando.

“Comecei a trabalhar na área em 2005 e no ano seguinte comecei o superior em enfermagem. Logo me identifiquei com a área e passei a investir na carreira como enfermeira”, declarou Paula.

Há três anos, ela foi aprovada no concurso público realizado pela prefeitura de Santa Rita. Assumiu em janeiro deste ano.

Quem pensa que Paula se acomodou, está enganado. “Meu objetivo agora é ser aprovada em um concurso de nível superior. Estou sempre atenta às oportunidades que surgem e nem espero a divulgação do edital para estudar”, afirmou.

Patrícia de Vasconcelos Moreira também decidiu buscar estabilidade. Foi aprovada em cinco concursos, todos para o cargo de enfermeira: prefeituras de Queimadas, Bayeux, Cabedelo, Governo do Estado da Paraíba e Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte. “Inicialmente eu via como uma realidade longe, não esperava passar por conta da alta concorrência”, declarou. No início, como ainda não trabalhava, Patrícia estudava várias horas por dia. Depois passou a se dedicar por duas, três horas, dependendo da disponibilidade de tempo.

Curso técnico é um dos mais procurados

A coordenadora do curso técnico de enfermagem da Facene, Sidcléia Vasconcelos, disse que geralmente quem busca o curso quer a profissionalização e a entrada no mercado de trabalho. “Mas para conseguir emprego tem que ser bom, tem que se destacar. E para isso é preciso ter interesse pela profissão”, comentou Sidcléia. O curso técnico de enfermagem tem duração de dois anos e um estágio no último semestre.

Segundo a coordenadora, o técnico pode atuar em diversas áreas. “Desde a saúde da família, como a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), a urgência e emergência, dentre outros”, afirmou Sidcléia, lembrando que o público que procura fazer o curso técnico é bem diversificado. “Temos pessoas bem jovens, que acabaram de sair do ensino médio, e outras mais maduras, entre os 40 e 50 anos”, explicou. Apesar das oportunidades dos concursos públicos, segundo a coordenadora, a maioria dos alunos tende a procurar emprego no setor privado.

De acordo com o Ministério da Saúde, na Paraíba 18 instituições de ensino oferecem o curso de enfermagem, sendo três públicas. Já o curso de medicina é oferecido em duas universidades públicas e quatro privadas, com mensalidades que chegam a quase R$ 5 mil.