"Só existe um macho no Partido Comunista: é esse baiano Marighella", certa vez comentou o delegado Filinto Müller, no Presídio Especial de São Paulo, onde o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), foi torturado, tendo os pés queimados com maçarico, estiletes enfiados sob as unhas e dentes arrancados. Mesmo assim, ele permaneceu calado e ria bem na cara dos seus torturadores.
A história de Marighella já foi contada no cinema: há 10 anos, o cineasta Silvio Tendler narrava em suas lentes um ‘retrato falado’ (e filmado) das vitórias e derrotas de um dos mais importantes líderes da luta armada contra a Ditadura Militar no Brasil, considerado por muitos o inimigo número um, lista encabeçada por nomes como o pernambucano Gregório Bezerra (1900-1983).
Sobrinha do militante, a documentarista Isa Grinspum Ferraz conta com a voz do ator Lázaro Ramos e o ritmo compassado pela música de Mano Brown para abrir uma janela da sua versão em Marighella (Brasil, 2011), longa que é a prinipal atração deste sábado, na 7ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, no Hotel Tambaú, em João Pessoa.
Segundo Lúcio Vilar, coordenador do evento, Isa Grinspum não estará presente na exibição hoje a noite em virtude de uma viagem à Cuba, onde terá uma sessão do documentário comemorando o mês de centenário de nascimento do protagonista.
O filme relata a trajetória do guerrilheiro desde sua juventude na Bahia, sua militância no PCB, o período das prisões na Era Vargas, sua atuação na vida política como deputado federal, até se tornar a ‘caça mais cobiçada’ pela ditadura.
ROCK’N’ROLL
Depois de uma temporada nos cinemas paraibanos, mais uma oportunidade de ver a trajetória de Renato Russo e cia. no Rock Brasília – Era de Ouro (Brasil, 2011), do paraibano Vladimir Carvalho. O documentário será exibido em uma sessão verspertina, às 15h30.
Como homenageada da noite, a atriz Bete Mendes receberá o Troféu Aruanda pelo conjunto de sua obra.
