Ode à batuta centenária

OSPB apresenta nesta quinta-feira (5) concerto especial, comemorando cem anos de nascimento do maestro Eleazar de Carvalho.

Em virtude de um adiamento na programação, a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) retorna nesta quinta-feira para um concerto especial para encerrar com chave de ouro o primeiro semestre da temporada 2012.

Comemorado no dia 28 de julho, o centenário de nascimento do maestro cearense Eleazar de Carvalho será homenageado na apresentação gratuita, que acontecerá excepcionalmente na Igreja São Francisco, em João Pessoa, a partir das 20h.

Para acompanhar a orquestra, os convidados paraibanos para esta noite serão a soprano Isabel Barbosa e o violoncelista Raiff Dantas Barreto.

Sob a regência do Maestro Titular Alex Klein, o concerto começará com a ‘Abertura Don Giovanni’, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1751), seguindo com o ‘Concerto em dó maior para Violoncelo e Orquestra’, de Franz Joseph Haydn (1732-1809), e ‘Ária das Joias’, de Charles Gounod (1818-1893).

A popular ‘Deh vieni non tardar’, da ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart, também será executada, junto com as obras ‘Intermezzo’ e ‘Vorrei spiegarvi il giubilo’, de Giacomo Rossini (1792-1868).

Encerrando com as peças ‘Morgen’, de Richard Georg Strauss (1864-1949), e ‘Oh mio babbino caro’, de Giacomo Puccini (1858-1924).

DISCIPLINA RIGOROSA
Um dos grandes nomes da música erudita, Eleazar de Carvalho teve relevante atuação pedagógica tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Fundador da cadeira número 32 da Academia Brasileira de Música, atuou como Regente Titular na Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro e foi Diretor Artístico e regente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, além do cargo de Diretor Musical da norte-americana Saint Louis Symphony Orchestra.

Morreu no dia 12 de setembro de 1996, em São Paulo, aos 84 anos.

“Foi com o próprio Eleazar de Carvalho que eu debutei no canto lírico, junto a Orquestra Sinfônica da Paraíba, cantando a ária ‘Vesperaes solennes di confessore’, de Mozart”, conta Isabel Barbosa.

O maestro cearense era famoso pelo seu talento e também pela sua disciplina. A soprano paraibana radicada na Itália, no começo de carreira, aos 19 anos, lembra sobre a rigidez do método de trabalho do regente. “Não esqueço quando o maestro Eleazar, logo no início do ensaio, me deu uma bronca por estar respirando nos momentos errados, e eu respondi, muito inocentemente, que eu não tinha fôlego", puxa pela memória a cantora. "Todos os músicos da OSPB ficaram assustados com a minha inocente atitude, mas eu ainda não a tinha ideia clara da importância e da sumidade que era o maestro.”

Com três décadas de experiência na orquestra paraibana, a violinista Alaurinda Padilha guarda muitas recordações sob a direção do maestro. “Tocar sob a regência de Eleazar de Carvalho foi um dos momentos mais inesquecíveis de minha carreira e também da Orquestra Sinfônica da Paraíba", conta a instrumentista. "Com ele estreamos várias grandiosas obras na Paraíba.”