Clássico de Ariano Suassuna “A Pedra do Reino” ganha edição especial com manuscritos inéditos

Edição celebra os 50 anos de aniversário de publicação da obra.

Celebrado por críticos e historiadores literários, o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, está completando 50 anos de lançamento. Em celebração, a editora Nova Fronteira (RJ) lançará uma edição especial que contém manuscritos inéditos do escritor paraibano. 

A edição está dividida em dois volumes. No primeiro tomo, o leitor encontra, além do próprio romance, uma apresentação detalhada do professor e pesquisador Carlos Newton Júnior sobre o contexto em que ele foi escrito. Estão lá também ensaios já clássicos sobre o livro assinados por nomes como Rachel de Queiroz e Maximiano Campos. 

O segundo volume está organizado como um Caderno de Textos e Imagens. Suas páginas guardam reproduções de documentos, fotos, ilustrações e pinturas que remetem ao processo de produção e divulgação do título. Dentre as raridades, surgem, por exemplo, trechos do manuscrito “Sinésio, o Alumioso”. Jamais publicada, essa é a mais antiga versão da narrativa de Quaderna. 

O tomo traz ainda registros em imagem de um evento que foi criado em 1993 e que teve como inspiração a cavalgada do Rapaz-do-Cavalo-Branco, personagem do livro. A festividade é realizada anualmente pelos moradores do município pernambucano de São José do Belmonte (onde se situa a Pedra do Reino). 

Autor de histórias repletas de humor e lirismo, nas quais a cultura nordestina tem sempre lugar de destaque, Ariano Suassuna narra, em Romance d’A Pedra do Reino, a história de Dom Pedro Dinis Ferreira, o Quaderna. Preso por subversão no interior da Paraíba, ele conta a saga de sua família ao corregedor e se declara descendente de legítimos reis brasileiros, castanhos e “cabras” do Sertão. Fala ainda do seu envolvimento com lutas e desavenças políticas, literárias e filosóficas.

Para Lucas Vitor, professor do departamento de educação da UFPE e pesquisador da obra literária do paraibano Ariano Suassuna, o romance “A Pedra do Reino” reflete sobre a construção da cultura brasileira, entendida por Ariano como “a união de contrários”. Consagrado como um dos maiores livros de língua portuguesa, a obra já foi traduzida para diversas línguas e adaptada na forma de minissérie por Luiz Fernando Carvalho. 

Poeta, dramaturgo, romancista e artista plástico, Ariano Suassuna nasceu na capital da Paraíba, em 1927, e morreu no Recife, em 2014. Adquiriu renome nacional e internacional com obras como o Auto da Compadecida, no campo do teatro, e o Romance d’A Pedra do Reino, na prosa de ficção. Membro da Academia Brasileira de Letras e grande defensor da cultura brasileira, foi o idealizador do Movimento Armorial, lançado no Recife, em 1970, com o objetivo de, nas suas palavras, “realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura”.

Clássico de Ariano Suassuna “A Pedra do Reino” ganha edição especial com manuscritos inéditos
Nova edição do livro “A Pedra do Reino”, de Ariano Suassuna. Foto: Editora Nova Fronteira / Divulgação

“A Pedra do Reino”

Autor: Ariano Suassuna
Editora: Nova Fronteira
Páginas:1088 (dois volumes)
Preço: R$ 249,90