Do G1
Depois de cair por quatro dias seguidos, o dólar intensificou o ritmo de alta nos momentos finais do último pregão do mês nesta sexta-feira (31). O Banco Central (BC) fez dois leilões de "swap cambial" no dia, com pouco efeito sobre o mercado.
O dólar comercial fechou negociado a R$ 2,16 na venda, alta de 2,61%. No mês, a valorização da moeda é de 13,3%. Já no ano, a alta acumulada é de 21,5%. O valor do fechamento de outubro só não foi maior por conta das quatro baixas seguidas do dólar, registradas entre segunda e quinta-feira.
Os agentes de mercado acreditam que a forte valorização na segunda metade dos negócios teria sido forçada por compras pontuais da Aracruz, que estaria se preparando para zerar os compromissos com derivativos junto a bancos.
A hipótese não foi confirmada, mas os analistas do segmento não encontram justificativa para a apreciação da moeda justamente no mesmo em que houve uma melhora de humor nos mercados acionários norte-americano e local nesta tarde.
Pela manhã, a divisa manteve alta de até 1%, em comportamento justificado então pela queda nas bolsas do mundo todo. José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora, diz que a volatilidade pela manhã refletiu as operações para o fechamento da Ptax.
A disputa entre comprados e vendidos acabou favorecendo os primeiros. A situação ficou mais acentuada na parte da tarde, depois que o BC concluiu dois leilões de "swap" cambial, num total de US$ 440,3 milhões, mas não fez nenhuma oferta de moeda à vista ou leilões de linha.
O mês do retorno do ‘swap’
Em outubro, o Banco Central retomou as vendas de swap cambial tradicional – realizando-as diariamente há quatro semanas – e inaugurou um novo tipo de operação obrigando os bancos a repassar recursos para o comércio exterior.
"Acho que aquela fase (antes das intervenções globais) foi a mais crítica. Grande parte já está resolvido ou para ser resolvido. Agora, é passar para a segunda fase do problema, que é menos grave, mas não tranquila", avaliou Mario Battistel, gerente de câmbio da corretora Fair.
Como segunda fase, Battistel cita as consequências da crise financeira, como redução de produção e desaceleração do crescimento. "Talvez num canto ou outro recessão", acrescentou. Para ele, novembro continuará contando com atuações do BC num empenho para afastar a especulação, "antes de começar a voltar o crédito".
Marcos Forgione, analista da Hencorp Commcor, considera que as atuações do BC contribuem para "amenizar a tendência de alta" do dólar, mas ressaltou que ela ainda é de valorização.
Para o próximo mês, o analista ainda avalia que a volatilidade deve continuar. "As oscilações em novembro devem ser meio parecidas (com as deste mês), acompanhando as notícias lá fora."