Paraíba vai à audiência para evitar demissões no setor automobilístico

Encontro em Brasília pretende definir pacote de ajuda financeira ao setor de venda de carros usados com o objetivo de evitar demissões no segmento.

Phelipe Caldas

O presidente do Sindicato do Comércio dos Revendedores de Veículos do Estado da Paraíba, Pedro César Bezerra Neto, viaja neste final de semana a Brasília para, na próxima segunda-feira (26), participar de audiência com o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto. Ele se juntará a todos os outros presidentes de sindicatos estaduais para cobrar um pacote que apóie o segmento de carros semi-novos e usados no Brasil. O objetivo seria salvar o mercado e evitar demissões.

Segundo Bezerra Neto, o setor emprega no Brasil aproximadamente 40 mil pessoas, sendo que duas mil apenas na Paraíba. “O mercado automobilístico brasileiro passa por um momento muito complicado depois que esta crise internacional chegou ao país, de forma que precisaremos do apoio do Governo federal”, destaca.

A proposta, ainda de acordo com o empresário-sindicalista, é para que o Governo realize a redução de alíquotas e das taxas de juros, e que os bancos públicos tenham mais agilidade e desburocratização na entrega de linhas de crédito para a compra de carros usados. Ainda não é confirmado, mas o ministro da Fazenda Guido Mantega também pode comparecer ao encontro.

Em troca, todos os sindicatos estaduais de revendedores de veículos se comprometeriam a não demitir nenhum funcionário. “Nosso objetivo não é demitir ninguém, mas para isto precisaríamos deste apoio financeiro do Governo Federal. Esperamos na audiência que o Governo disponibilize uma boa verba para dar suporte ao nosso segmento”, revelou Pedro César.

O início das negociações sobre uma possível ajuda pública ao mercado de revenda de automóveis começou na última quarta-feira (21), quando o ministro do Trabalho Carlos Luppi se reuniu com a categoria.

Foi ele quem primeiro ventilou a possibilidade de um pacote do Governo Federal para o setor, mas desde o início ele disse que o acordo estaria condicionado a não demissão.

Desde que a crise internacional estourou, o setor automobilístico foi um dos mais afetados em todo o mundo.