Bovespa foi o pior investimento do mês

 Fase ruim se deve ao agravamento dos problemas na Europa.

O agravamento dos problemas na Europa em novembro fez com que a Bolsa de Valores fosse o pior investimento no mês. Depois de registrar forte valorização em outubro, liderando o ranking dos mais rentáveis, a Bovespa registrou queda de 2,51% em novembro, ocupando último lugar da lista.

Nas primeiras posições em novembro ficaram ouro e dólar, cujas cotações costumam subir em momentos de aversão ao risco nos mercados financeiros. A taxa de câmbio doméstica subiu 6,40%, enquanto a cotação da commodity metálica (pela referência dos preços fixados na BM&F) teve alta de 8,77% no mesmo período.

Sem mostrar desempenho tão forte no mês, aplicações de perfil mais conservador, como os fundos DI e CDBs, pelo menos devolveram a inflação do período.

A rentabilidade média do CDB foi calculada em 0,95% (valor bruto), bem acima da variação de 0,50% registrada pelo índice de preços IGP-M em novembro. Já a poupança (0,56%) ficou bem próxima da alta de preços contabilizada para o mês.

Bovespa
A queda na Bolsa teria sido maior, não fosse a onda de otimismo que tomou conta dos mercados hoje, após o anúncio dos bancos centrais do Canadá, do Reino Unido, do Japão, dos EUA, da Suíça além do Banco Central Europeu de uma ação coordenada para evitar uma das piores consequências da crise financeira atual caso a situação deteriore: a contração de crédito.

Por causa da divulgação dessas medidas, a Bovespa subiu 2,85% no último dia do mês, reduzindo a retração em novembro.

O anúncio das medidas hoje, porém, não deve mudar drasticamente a tendência da Bolsa. Para dezembro, historicamente um mês positivo para o mercado de ações no país, a expectativa dos analistas é que a volatilidade continue em alta, com a Bovespa oscilando entre os 50 mil e os 60 mil pontos.

RENTABILIDADE ANUAL
A Bolsa de Valores continua também sendo o pior investimento do ano. De janeiro a novembro, o índice Ibovespa ainda amarga perdas de 17,93%.

Todas as outras aplicações ganham da inflação acumulada no período (5,22%, pela referência do IGP-M). A rentabilidade média no CDB bateu 10,81% nesses onze meses, sem considerar o impacto do Imposto de Renda e encargos cobrados pelos bancos. O dólar vem logo atrás, com variação positiva de 8,82%.

Aplicação mais popular do país, a poupança também conseguiu devolver para o investidor uma taxa de retorno (6,79%) acima da alta acumulada dos preços desde o início do ano.

Bastante volátil, o ouro manteve seu "posto" de investimento mais rentável de 2011. Pela cotação formada na BM&F, os preços dessa commodity já subiram 24,02% entre janeiro e novembro.