Na Paraíba, o Banco do Nordeste contratou no primeiro semestre deste ano 178.628 operações totalizando R$ 567,650 milhões em crédito. O volume de recursos foi 35,9% menor do que o mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados ontem pelo superintendente estadual do Banco do Nordeste na Paraíba, José Maria Vilar, em entrevista coletiva.
A maior parte do volume contratado até junho (67,5%) foi destinada para o setor de comércio e serviço. A queda no montante de crédito comparado ao mesmo período do ano passado tem explicação, segundo José Maria, na alta quantidade de operações concretizadas nos primeiros seis meses de 2013, que estavam em andamento no ano anterior.
“2013 foi em determinados aspectos atípico. O que contratamos no primeiro semestre de 2013 equivaleu a quase 90% de toda contratação de 2012. Daí porque, nesta comparação com o ano passado, que teve uma base muito forte, o volume de 2014 foi menor”.
O superintendente no BNB na Paraíba argumentou ainda que eventos como Carnaval e Copa do Mundo fizeram com que muitos empresários adiassem seus investimentos. Com isso, ao contrário do que tradicionalmente ocorre, espera-se que o segundo semestre de 2014 seja mais movimentado do que os primeiros seis meses.
“Esperávamos receber uma série de projetos no início deste ano, mas eles só chegaram ao banco no final do primeiro semestre e ainda estão em tramitação. Então, temos hoje em carteira, só de projetos de longo prazo, R$ 200 milhões. Talvez por conta de eventos como Copa do Mundo ou Carnaval em março, a impressão que nos dá é que os empresários retardaram seus investimentos”.
Com a queda observada de janeiro a junho de 2014, José Maria Vilar afirmou que espera encerrar o ano com o mesmo volume de recursos do ano passado e chegar a R$ 1,5 bilhão em contratações. “O ano passado foi considerado excelente para o banco, porque foi recorde em vendas de contratações. Então nossa expectativa é que a gente venha repetir o mesmo desempenho, com recursos globais de cerca de R$ 1,5 bilhão. E repetir este número será uma proeza”.
José Maria enfocou que o microprodutor e microempresário são focos do BNB, que tem a missão contribuir com o desenvolvimento sustentável do Nordeste. Neste sentido no Crediamigo (Programa de Microcrédito Urbano Produtivo Orientado) o número de contratações foi de R$ 257,713 milhões, compreendendo 144.332 operações, com ticket médio de R$ 2 mil em cada operação.
Para ele, este incentivo ao pequeno produtor em todos os municípios do Estado tem também impacto relevante no âmbito social. “Porque são oportunidades de trabalho que o banco promove para dezenas de milhares de pessoas”, afirmou José Maria. De acordo com ele, as eleições deste ano, que muitos consideram trazer incertezas para a economia, não deve atrapalhar as negociações até dezembro.
Outro destaque citado por José Maria foi o Agroamigo (Programa de Microcrédito Rural Orientado) que fechou o primeiro semestre com 17,106 operações, com recursos de R$ 57,310 milhões.
Para o agricultor rural da Paraíba que perdeu sua produção por conta da estiagem, o superintendente estadual do Banco do Nordeste na Paraíba lembrou que, em alguns casos, ele pode ter abatimento de 85% de sua dívida. “E caso ele não consiga pagar, pode renegociar e pagar em até 10 meses”, enfocou.
