Shoppings pedem isenção fiscal para compensar perdas da pandemia

Setor perdeu R$ 90 bilhões e não descarta recorrer à Justiça, caso conversa com governo não avance.

Shoppings pedem isenção fiscal para compensar perdas da pandemia
Shoppings pedem isenção fiscal. Foto: Sunyu Kim / Unsplash

Os shoppings brasileiros já perderam R$ 90 bilhões desde o início da pandemia de covid-19, além de 6 mil lojas e 100 mil empregos.

O prejuízo foi calculado pela Associação Brasileira de Shopping Centers(Abrasce), que pede ressarcimento do governo, por meio da isenção ou do adiamento de impostos.

O presidente da Abrasce, Glauco Humai, afirmou que nenhum dos 601 shoppings brasileiros está funcionando de forma plena por conta das medidas restritivas impostas pela covid-19.

A Abrasce defende que as perdas do setor sejam compensadas pelo governo, para que não continuem os fechamentos, o desemprego e a quebradeira. Para isso, Humai propõe a isenção ou o adiamento de impostos estaduais e municipais.

O presidente da Abrasce calcula que os shoppings ficaram 6 meses fechados e pagaram R$ 1,2 bilhão em IPTU só em São Paulo na pandemia.

Crédito

No âmbito federal, a Abrasce reivindica crédito com juros subsidiados e longos prazos de pagamento.

Glauco Humai diz que o crédito existe, mas é repassado de forma burocratizada e com taxas de juros comerciais, que não atendem os pequenos lojistas.

Refis

Para o presidente da Abrasce, o Refis que está sendo negociado pelo Senado Federal com o Ministério da Economia é bem-vindo, mas não suficiente”.

“As perdas do setor foram ocasionadas devido à gestão do poder público na pandemia, não por má gestão dos empresários.

Medidas compensatórias são mais condizentes com o momento, afirmou.

Justiça

A proposta de isenção fiscal da Abrasce reverberou em poucas cidades do país. Humai diz que compreende a situação dos governantes, já que o Estado é deficitário e a perda de arrecadação não é bem-vinda.

Mas diz que vai usar todos os caminhos necessários para questionar as perdas relativas à pandemia e não descarta medidas judiciais.

Fechamentos

Para Glauco Humai, novos fechamentos podem ocorrer, já que só a vacinação em massa contra a covid-19 vai permitir a retomada plena da economia.

Ele pede, no entanto, que o comércio não seja o único afetado pelas medidas restritivas. Defende fechamento total ou rodízio entre os setores econômicos.

A Abrasce desenvolveu protocolos sanitários de prevenção à covid-19, como uso de máscara, medição de temperatura e espaçamento entre as mesas.

Humai diz que isso permite ao setor operar com segurança na pandemia, sem ser um vetor de contaminação da covid-19.

Fonte: Poder 360