O impacto do empreendedorismo nordestino na economia brasileira

O crescimento de centros de inovação no Nordeste tem contribuído para o desenvolvimento local e fortalecimento da cultura da região

Brasil registra saldo positivo de 2,6 milhões novas empresas em 2021. Foto: Domenico Loia / Unsplash

Você sabia que o Nordeste é a terceira região mais empreendedora do Brasil? Cerca de 1200 startups hoje se baseiam nessa parte do país, e esse número vem subindo nos últimos anos, impulsionado por iniciativas empreendedoras e diferentes centros de inovação espalhados pela região.

O crescimento de ações como essas no Nordeste tem sido um fator importante para o desenvolvimento socioeconômico da região, além de impulsionar a economia brasileira como um todo.

Da Bahia ao Maranhão, surgem cada vez mais vales e centros de inovação, expandindo o empreendedorismo no Brasil para além do eixo Rio-São Paulo.

O aumento de atividades empreendedoras em determinada região normalmente traz como consequência diversas oportunidades de crescimento socioeconômico.

O aumento do PIB (Produto Interno Bruto), geração de empregos, ascensão educacional e maior poder aquisitivo local são alguns dos exemplos dessa evolução, que encontramos hoje no Nordeste.

De acordo com um estudo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), entre 2002 e 2017, o PIB dos estados englobados por essa região cresceu, aproximadamente, 3,5% a cada ano, sendo a região que mais se desenvolveu nas últimas décadas.

Ainda, 52% dos empregos formais com carteira assinada são advindos dos micro e pequenos negócios.

Para criar um ecossistema de inovação sustentável, é essencial investir na educação e desenvolvimento da base profissional local, e não depender apenas da importação de talentos de outras regiões.

Dessa forma, o Nordeste vem se aproveitando de seu clima tropical e cultura forte para consolidar seus centros de inovação como referência no Brasil.

Além dos já estabelecidos Hub Salvador e Porto Digital, em Recife, temos visto surgir e ganhar força os vales de inovação. Assim como o Vale do Silício, na Califórnia, eles são polos de inovação que exaltam sua cultura local, atraem a atenção de investidores, e criam um senso de identidade e pertencimento às pequenas empresas nascidas na região.

Alguns exemplos são o Rapadura Valley em Fortaleza-CE, Jerimum Valley em Natal-RN, Caju Valley em Aracaju-SE e Sururu Valley em Maceió-AL.

Na Paraíba, além do espaço planejado para o Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, localizado na área onde fica a Catedral Basílica, a Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Liceu Paraibano, receberá, em janeiro, o centro de inovação do Instituto Federal da Paraíba.

O estado de Alagoas recentemente inaugurou um centro de inovação próprio na cidade de Maceió, o Centro de Inovação do Polo Tecnológico de Alagoas (CIPT).

O espaço já é considerado o maior hub de inovação do estado, acomodando diversos negócios locais, contribuindo diretamente com a melhoria da competitividade das empresas e estimulando o desenvolvimento econômico de Alagoas.

A primeira startup a entrar no espaço foi a Hand Talk, empresa especializada em traduções automáticas para Línguas de Sinais.

“Esse espaço, que é a casa nova da Hand Talk, representa o fortalecimento do ecossistema. Aqui vamos compartilhar conhecimento, se ajudando e levando a inovação alagoana para fora do país”, comenta Ronaldo Tenório, CEO e co-fundador da Hand Talk.

O Nordeste vem se destacando no cenário empreendedor do Brasil, e tem percebido as inúmeras vantagens de se investir em inovação e no incentivo à cultura e economia local.

A partir do momento em que o empreendedorismo for visto como um importante pilar socioeconômico, tanto pela população local, quanto por investidores externos, a tendência é que a região continue a se desenvolver de maneira natural.

Dessa forma, é criado um ambiente sustentável de inovação, que proporciona benefícios nítidos para o Nordeste, e para o restante do país.