Kantar Ibope: 92% dos brasileiros assistem a vídeos pela televisão

Dentro de casa, os canais de TV aberta e por assinatura concentram 79% do tempo do consumo de vídeos

Um estudo recente da Kantar IBOPE Media, chamado Inside Vídeo 2022, revela as preferências do público brasileiro quando o assunto é consumo de vídeo. Alguns dados são bastante significativos sobre o comportamento das audiências quando as telas, de tamanhos diversos, estão em modo ON. Para quem, como eu, costuma ouvir de “apóstolos” do Google Ads as categóricas previsões sobre a iminente “morte da TV”, os números são um retumbante desmentido: 92% dos brasileiros assistem a vídeos pela televisão, 6% pelo celular, 1,2% no computador e 0,2% no tablet (Veja gráfico acima).

Dentro de casa, vulgo “no aconchego do lar”, a TV linear (as TVs abertas e por assinatura – a cabo ou por satélite) segue reinando absoluta. Suas grades sequenciais de programação concentram, juntas, 79% do tempo dedicado a assistir vídeo. Nada mal, se considerarmos que o mesmo estudo aponta que os serviços de streaming – leia-se Netflix, Amazon, Globoplay, Apple TV e congêneres – são responsáveis por 21%: uma duração quase quatro vezes menor

A preferência pela notícia

Em 2021, nada menos que 205.876.165 pessoas assistiram aos canais de TV aberta e TV por assinatura. Tamanho sucesso é atribuído ao fato de a TV linear oferecer uma programação ampla, variada e de credibilidade. O tempo médio diário gasto em frente à telinha ficou em 5h37min. No ranking, 25% de todo o tempo dedicado à televisão é assistindo programas de jornalismo. Ele é seguido pelo consumo denovelas (18% do tempo), programas de auditório (9% do tempo) e reality shows (4% do tempo). O tempo dedicado a vários tipos de programas somados fecham 33%.
Ainda no estudo, quando perguntado sobre qual a razão de ver tanta TV, o brasileiro revela seus dois principais motivos: para relaxar e para se informar com confiança.

Consumo ampliado nas plataformas online

As plataformas online têm ganhado espaço no Brasil no que se refere ao consumo de vídeo, segundo dados do Video Streaming Report, nova solução da Kantar. Nesse contexto, dois modelos se destacam.
As empresas gratuitas e financiadas por publicidade (AVoD) atingem 58% das pessoas por mês. Esse é o modelo do YouTube. Por outro lado, os serviços financiados por assinaturas dos usuários (SVoD) contemplam 42% das pessoas mensalmente. É o caso das já mencionadas Netflix, Apple TV, HBO+ etc. As principais razões que levam as pessoas que acessam vídeo por streaming a assinarem esse tipo de serviço são preço e catálogo amplo de novos filmes e séries — cada um com 47% de relevância. Em seguida, aparece a experiência de uso (30%).

Em todo o mundo, o mercado de vídeo está em plena transformação. Os cenários de hoje certamente vão se alterar ao longo do tempo e ao sabor dos solavancos tecnológicos versus seus contrapesos regulatórios. Como bem sabemos, as mudanças na forma como consumimos mídia tem impactos não apenas no mercado publicitário, mas também na formação da opinião pública e no modo como se exerce a política no Brasil. Aguardemos os próximos capítulos.