Entre os anos 2012 e 2013 a quantidade de crianças e adolescentes, na faixa etária de 4 a 17 anos, que não frequentam à escola aumentou 9,2%, na Paraíba. Em 2012, 67.856 crianças e jovens entre 4 a 17 anos estavam fora da escola. No ano seguinte, esse valor passou para 74.105. Os dados são do estudo “De olho nas metas”, realizado pela Organização Não-Governamental (ONG) Todos pela Educação.
O estudo acompanha o acesso de crianças e jovens à Educação Básica, no que refere-se ao atendimento escolar à população de 4 a17 anos, alfabetização, desempenho dos alunos do Ensino Fundamental e Médio, conclusão dos estudos e financiamento da Educação Básica.
No Ranking do Nordeste, em 2013, a Paraíba era o sexto estado com maior número de crianças e adolescentes, entre 4 a 17 anos, fora da escola. Ficando atrás apenas da Bahia (243.5936), Pernambucano (148.828), Ceará (114.964), Maranhão (109.326) e Alagoas (75.673). Com apenas 24.595, Sergipe foi o estado com o menor número de cri anças e jovens fora da escola.
É possível entender a frequência escolar entre 2012 e 2013, através da taxa de atendimento e número de crianças e jovens que frequentavam a escola nesse período. As duas faixas etárias que mais apresentaram evasão escolar foram as que englobam crianças e adolescentes entre 6 a 14 anos e 15 a 17 anos.
Em 2012, a taxa de atendimento da população fora da escola entre 6 a 14 anos era 97,7. Já em 2013, era de 96,7. A outra faixa etária que apresentou menor número de jovens na escola foi a entre 15 a 17 anos: taxa de atendimento e frequência escolar era de 80,2. Em 2013, esse valor caiu para 77,1. Ou seja, em ambas as faixas, houve uma redução na taxa de cobertura e frequência escolar.
Para se ter uma ideia, de acordo com o estudo “De olho nas metas”, só no ensino médio, em 2013, a Paraíba apresentou taxa média de abandono igual a 12,7. A 1ª série foi a que apresentou a maior taxa de abandono, igual a 16,4. E a menor taxa de abandono foi registrada na 4ª série, com 7,3.
Para a coordenadora geral do “Todos pela Educação”, Alejandra Meroz Velasco o aumento registrado pela Paraíba de crianças e adolescentes fora da escola é reflexo da cobertura escolar que entre 2012 e 2013 caiu no Estado. “As taxas de atendimento e frequência são as respostas para esse aumento. Se analisarmos pontualmente, no ensino médio e fundamental, por exemplo, os atendimentos caíram. O que verificamos no ensino fundamental quanto a evasão escolar é que essas crianças são de famílias em alta vulnerabilidade social, que têm dificuldades para acessar o sistema público de ensino e muitas vezes desistem de ir à escola”.
A pesquisadora explicou ainda que os dados do ensino médio refletem refletem toda a trajetória que as crianças passaram ao estudar no ensino fundamental. Causas variadas que levam uma criança que não teve uma trajetória escolar retilínea no fundamental, não acompanhar o ensino médio e a desistir dos estudos”, revelou a pesquisadora.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Educação do Estado, contudo, as ligações não foram atendidas. Ainda assim, o secretário de Educação do Estado foi contatado por ligação telefônica, no entanto, o telefone encontrava-se desligado até o fechamento desta edição.
