Morre Caroço de Pinha, emblemático torcedor do Botafogo-PB

Torcedor estava há mais de 30 dias internado com Covid-19.

Morre Caroço de Pinha, emblemático torcedor do Botafogo-PB
Caroço de Pinha em jogo do Belo no Almeidão (Foto: Phelipe Caldas)

Morreu nesta quarta-feira (26) de Covid-19 um dos torcedores mais célebres da história do Botafogo da Paraíba. Antônio Joaquim de Sousa, de 63 anos, era mais conhecido por Caroço de Pinha (os mais velhos, o conheciam também por Jacaré) e era um assíduo frequentador do Estádio Almeidão, em João Pessoa. A morte do torcedor foi confirmada por sua sobrinha Nacira de Sousa, que disse ter sido informada do óbito à tarde.

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Ele estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, há mais de um mês. Por causa de sua idade, e de sua condição mais debilitada, o quadro de Covid-19 acabou se agravando.

À época, o Botafogo-PB chegou a fazer uma campanha de arrecadação de alimentos e de higiene pessoal para o torcedor ilustre e para a sua família, mas agora seu óbito é confirmado.

Presidente do Belo, Alexandre Cavalcanti disse que o objetivo de clube era realizar o velório do torcedor no Centro de Treinamento da Maravilha do Contorno, mas ele explicou que as autoridades sanitárias recomendaram que isso não acontecesse, por causa dos riscos de aglomeração de torcedores. Pelas redes sociais, o clube prestou homenagem a Caroço de Pinha.

A família ainda não deu detalhes oficiais sobre velório e enterro.

Um pouco mais de Caroço de Pinha

Homem negro, pobre, de origem desconhecida pela maioria das pessoas, Caroço de Pinha, ou Jacaré, era conhecido por praticamente todos os torcedores do clube pessoense. E era uma figura assídua em absolutamente todos os jogos do clube.

Estava sempre na Arquibancada Sombra do Estádio Almeidão. E, não raro, viajava com torcedores para os mais distantes jogos do clube. Fortaleza, Recife, Natal, Ribeirão Preto, entre outras cidades Brasil afora.

O que só aumentava o folclore em torno dele. Caroço de Pinha não tinha emprego fixo, trabalhava de forma informal pelo Centro da cidade de João Pessoa, só aparecia aos jogos bebendo (ou já bêbado) e fumando bastante. Isso ajudou a tornar o quadro dele mais delicado.

Mas conseguia sempre ajuda. Quem lhe doasse um trago, um cigarro, um pouco de dinheiro para ingressos, uma carona num ônibus para os diferentes jogos.

Com a pandemia de Covid-19, não ia ao estádio, como todos os torcedores, desde março do ano passado, quando o futebol foi paralisado. E, por causa da mesma pandemia, nunca mais será visto no Almeidão ou em qualquer outro estádio onde o Botafogo-PB jogar.