Por Raniery Soares
Pela primeira vez disputando uma Olímpiada, a paraibana Jucilene Sales não conseguiu garantir a classificação para brigar por uma medalha na prova do lançamento de dardo, em Tóquio. Mesmo assim, o seu desabafo publicado em sua conta nas redes sociais representa uma conquista bem maior: ser a voz de tantos atletas que gostariam de se expressar, em relação à falta de apoio ao esporte no Brasil.
“Não foi fácil. Estou oito meses sem receber R$ 1. Tive que me virar como podia. Minha família que me ajudou financeiramente. Não estou me lamentando, mas a verdade tem que ser dita. Ninguém sabe o que acontece nos bastidores. Vocês não sabem nem 1%. Chegar aqui não foi fácil. Mas consegui realizar meu sonho, estar na Olimpíada e ser a 15ª do mundo. Agora é trabalhar para ano que vem ser tão especial como este e, se Deus quiser, com mais investimento”, declarou.
O relato de Jucilene reforça como é difícil esperar que haja investimentos para o esporte, em um país onde o Ministério do Esporte foi fechado e transformado em uma secretaria com pouca expressão e sem recursos. Inclusive, esse efeito minimizante do esporte, enquanto política pública a nível nacional, fez com que alguns estados promovessem a mesma prática.
Na Paraíba, o esporte – pelo menos em nível governamental ainda existe (e resiste) com Zé Marco, paraibano que representou o Brasil nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Sydney (2000), nesta conquistando uma medalha de prata. Em João Pessoa, o comando da secretaria de Esportes é do ex-nadador Kaio Márcio, que assim como Zé Marco, levou o nome da Paraíba para edições dos Jogos Olímpicos.
