“Um filho da puta a menos para criticar o Bolsonaro”

"Um filho da puta a menos para criticar o Bolsonaro"

01

No domingo (10), passei a tarde conversando com um amigo querido, um dos meus mestres no jornalismo.

Fomos do show de Gal ao Brasil sob Bolsonaro.

Quando falamos das redações de hoje, ele resumiu: “É a morte do jornalismo”.

“Morreu?” – perguntei.

Ao que ele respondeu: “Ainda não”.

*****

02

A morte das profissões está em Harari, lembrou meu amigo, leitor do autor de Sapiens.

Bancários logo serão desnecessários.

Médicos? Devem durar um pouco mais.

Jornalistas? Agonizam.

*****

03

Comecei a segunda (11) lendo, num grupo, histórias desanimadoras sobre práticas do jornalismo paraibano.

Não vou mencioná-las. Muito menos comentá-las.

Mas fica a pergunta: é assim que estamos?

*****

04 

No começo da tarde, veio a notícia da morte de Ricardo Boechat.

Era um cara brilhante no que fazia. No impresso, na televisão, no rádio.

E uma dessas vozes muito necessárias.

Mais ainda no atual momento brasileiro.

*****

05

Segui acompanhando, na mídia e nas redes sociais, a repercussão da morte de Boechat.

Eis que algo chamou minha atenção.

Um economista, defensor de Bolsonaro, postou no Twitter (é verdade?):

“Carlos Bolsonaro, o Boechat acabou de morrer na queda de um helicóptero. Pena que a Mônica Bérgamo não estava junto. Um filho da puta a menos para criticar o Bolsonaro”.

Depois, pediu desculpas:

“Fui péssimo, e desculpem o comentário. Odeio jornalistas de esquerda, nem por isso a morte se justifica. Sou do bem e falei merda. Desculpe realmente ao povo do Tweeter”.  

*****

06

Preciso comentar?