Trauma vai apurar troca de corpos

Diretor técnico determinou a abertura de sindicância interna para investigar a troca de corpos ocorrida no último final de semana.

O diretor técnico do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, de João Pessoa, Edvan Benevides, determinou a abertura de sindicância interna para investigar a troca de corpos ocorrida no último final de semana na unidade hospitalar. Em entrevista coletiva realizada ontem à tarde, o diretor declarou que as investigações devem durar entre 30 a 40 dias.

O diretor técnico da unidade não descartou a possibilidade de erro por parte do hospital. “Houve uma sequência de equívocos de muitas partes. Não queremos eximir o hospital de culpas, vamos apurar nossa parte e se a sindicância entender que houve erros, vamos punir os responsáveis. Mas a família fez o reconhecimento errado do parente morto no hospital”, declarou.

Dados do hospital mostram que a média de atendimentos por mês é de cinco mil pessoas e a taxa de mortalidade mensal é de cerca de 90 pessoas. “Temos uma alta taxa de mortalidade, mas atendemos pacientes vítimas de acidentes e polifraturados que geralmente apresentam uma grande taxa de mortalidade”, justificou o diretor Edvan Benevides.

Por volta das 16h30 de ontem, o diretor administrativo do Trauma, Wladimir Kleber, confirmou que os corpos do Luiz Gonzaga Fonseca e de Francisco Roque da Costa, que após a confusão da troca tinham sido levados para a Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) para serem submetidos a nova necropsia, já estavam liberados para as famílias fazerem os respectivos enterros.

O engano da troca dos corpos teria sido descoberto no último sábado, quando a família de Francisco Roque teria chegado ao hospital e não reconhecido o corpo encontrado na área destinada aos falecidos como sendo dele. Segundo a direção do Trauma, a equipe de assistência social desconfiada que o verdadeiro Francisco tivesse sido levado pela família de Luiz Gonzaga Fonseca, também falecido na sexta-feira, chegou a telefonar para confirmar se havia alguma desconfiança quanto ao reconhecimento do corpo.

De acordo com a direção do hospital, o corpo de Francisco Roque havia sido trocado pelo de Luiz Gonzaga, também morto na sexta-feira e que teria sido reconhecido por parentes enquanto a esposa assinava o documento de liberação do corpo para velório. A família começou a velar o corpo ainda na sexta-feira, apesar dos parentes de Luiz Gonzaga terem desconfiado que o corpo não era dele. No sábado pela manhã, quando receberam telefonema da assistente social do Trauma, a família teve a confirmação do erro.

O corpo de Luiz Gonzaga foi levado de volta para o Trauma, de onde foi levado para a Gemol para realização de nova necropsia.

O corpo de Francisco Roque também foi transferido para a Gemol. “No caso de Luiz Gonzaga, tivemos que esperar a Justiça após conceder liminar para haver a liberação dos corpos pois ele já tinha atestado de óbito. Nesse caso, apenas com a decisão judicial o corpo foi liberado”, declarou o diretor administrativo do Trauma, Wladimir Kleber.