Governo Bolsonaro é emparedado com denúncias de corrupção na compra de vacinas

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Governo Bolsonaro é emparedado com denúncias de corrupção na compra de vacinas
FOTO: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

A sequência de denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 emparedou o governo Bolsonaro. Primeiro, um deputado federal e um servidor do ministério da Saúde, irmão do parlamentar, afirmam que avisaram o presidente sobre um esquema que estava sendo montado para superfaturar a compra da vacina da Índia, a Covaxin. A compra foi suspensa, mas presidente não mandou investigar.

O líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, é o acusado de envolvimento direto do negócio. O presidente diz que não tem como saber o que acontece nos ministérios. Recorreu a frase conhecida: “eu não sabia”.

Um cochilo à tarde, outra denúncia: um diretor do Ministério da Saúde teria pedido propina para o vendedor de uma vacina. U$ 1 por cada dose.  O denunciante diz que é só procurar imagens do local do encontro, rastrear os sinais dos celulares para comprovar que não estava mentindo. Os mesmos personagens estão na investigação da CPI sobre uma suposta compra paralela de milhões de dose da AstraZeneca.

Hoje, diretor de logística do ministério, Roberto Dias Ferreira, indicado por Barros foi exonerado. O governo tenta estancar a sangria.

Nada atinge diretamente Bolsonaro. Mas arranha o seu discurso “corrupção zero”. Num momento em que o governo está ainda mais fragilizado, refém do Centrão e de suas indicações para ministérios e para gerir contratos. Onde beneficiados direta ou indiretamente de irregularidades dizem: “eu não sabia”.