Deputados estaduais gastaram mais de R$ 16,2 milhões em 2010

Apesar de não haver discriminação detalhada, sabe-se que boa parte do montante é destinada ao pagamento de diárias, viagens e auxílio financeiro à pessoa física.

Natália Xavier
Do Jornal da Paraíba

Quando se fala em gastos com o gabinete e verba indenizatória, a maioria dos deputados estaduais da Paraíba não tem economizado. Somente no ano de 2010, os gastos ultrapassaram os R$ 16,2 milhões, segundo informações constantes no Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (Sagres), disponibilizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Com relação ao ano de 2009 (quando foram gasto mais de R$ 13 milhões), houve um acréscimo de quase R$ 3 milhões e, apesar de não haver discriminação detalhada de em que o dinheiro foi investido, sabe-se que boa parte do montante é destinada ao pagamento de diárias, viagens e auxílio financeiro à pessoa física.

No primeiro lugar da lista, está a deputada Francisca Motta (PMDB) que somou gastos acima de R$ 1,2 milhão. Em seguida, quem aparece é Branco Mendes (DEM), que teve gastos de cerca de R$ 1 milhão, e João Henrique (PTN), que somou R$ 879.900 com despesas no gabinete. Os três foram reeleitos e continuam na ALPB neste ano.

Com relação a 2009, houve também uma reformulação na tabela dos que mais gastaram. Naquele ano, os três primeiros da lista eram Carlos Batinga (PSC), que em 2009 somou gastos de R$ 1,15 milhão, seguido de Aguinaldo Ribeiro (PSDB), que gastou R$ 1,11 milhão, e de R$ Dr Verissinho (PMDB), que pagou despesas no valor de R$ 1,06 milhão.

Já entre os que menos gastaram em 2010, estão Expedito Pereira (PMDB), que somou R$ 65 mil; seguido de Arthur Cunha Lima (R$ 71 mil). O que vale ressaltar, nestes casos, é que os parlamentares não permaneceram na Assembleia entre os meses de janeiro e dezembro, período compreendido na análise geral.

Todos os parlamentares foram procurados pelo Jornal da Paraíba, entretanto, apenas o deputado João Henrique (PTN) atendeu à reportagem e falou sobre o assunto. O deputado, que estava viajando, comentou apenas que considera verídicos os dados apresentados pelo Sagres e informou que mais detalhes seriam fornecidos pela chefia de gabinete.

Chefe de gabinete explica artifício no uso de ‘outros’

Em contato com o chefe de gabinete do deputado João Henrique, Fred Menezes, a reportagem foi informada de que é “praxe” da Casa escolher um deputado por mês para, em nome dele, empenhar despesas de todos os outros parlamentares.

Estas despesas, segundo Fred, aparecem no Sagres, com o nome do parlamentar acompanhada do termo “e outros”. “O que acontece é que muitas vezes, quando a Mesa Diretora vai informar as despesas, ela nomina um único parlamentar e acrescenta o termo ‘e outros’ para empenhos de todos os parlamentares”, explicou.

Desta maneira, excetuando-se estas despesas, a lista dos que mais gastaram é reconfigurada. Aparecendo em primeiro lugar o deputado José Aldemir (DEM), que gastou R$ 214.500; seguido do o atual presidente da Casa, Ricardo Marcelo (PSDB), que segundo o Sagres foi credor de empenhos que totalizam R$ 213.998; e de Márcio Roberto (PMDB), que entre janeiro e dezembro do ano passado declarou despesas de R$ 212.949 na Assembleia.

Além disto, Francisca Motta e Branco Mendes, que encabeçavam a lista dos gastos gerais, com a subtração do montante “conjunto”, sequer aparecem entre os cinco que mais gastaram.

Veja amtéria completa na edição deste domingo do Jornal da Paraíba