Prefeitura investigada por compras de livros vai continuar 'investindo' em confraternizações, avisa prefeito

Prefeito Mylton Marques usou redes sociais para defender pagamento de ‘confras’ de servidores, em restaurante luxuoso, com dinheiro público

Prefeitura investigada por compras de livros vai continuar 'investindo' em confraternizações, avisa prefeito
Foto: reprodução

Na semana passada o blog publicou uma matéria mostrando que a prefeitura de Aroeiras, além de ter empenhado R$ 279,3 mil para compra de livros sobre a Covid-19, também pagou R$ 1.233,50 em confraternizações para servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social da cidade – em um restaurante ‘badalado’ de Campina Grande. Os empenhos pagos são do mês de janeiro deste ano e estão disponíveis no Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB). Pois bem. Após a publicação, usando as redes sociais, o prefeito Mylton Marques (PSDB) defendeu o ‘investimento’  feito pela gestão municipal.
Ele avisou, inclusive, que vai continuar utilizando dinheiro público para custear as confraternizações. “Esse foi o evento tão falado que custou o valor de R$1.233,50 aos cofres públicos municipais. Evento realizado com todos os funcionários que trabalharam o ano todo de 2019 na Secretaria de Assistência Social e mereciam um dia diferente como premiação pelo bom desempenho! E aviso, nem foi o primeiro e nem vai ser o último, pois continuarei a presentear a essa equipe que tanto fez e faz pela nossa cidade”, escreveu.
“Tiveram tantos outros nesse mesmo local, nosso grupo de idosos mesmo, já foram por mais de uma vez confraternizar no BDC. Outras secretaria também já foram , não só pro BDC como para hotéis fazendas que proporcionam passeios e confraternizações”, emendou o gestor.
Prefeitura investigada por compras de livros vai continuar 'investindo' em confraternizações, avisa prefeito
Foto: reprodução/redes sociais

Ontem a prefeitura de Aroeiras foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos durante a Operação Alquimia, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e da Polícia Federal. O MP investiga o possível superfaturamento e fraudes em licitações para aquisição de livros, sobre a Covid-19, e também de outros exemplares adquiridos a um mesmo fornecedor. A investigação vasculha o pagamento de aproximadamente R$ 580 mil em livros, de acordo com a Controladoria Geral da União (CGU).
Sobre a operação do MP, o prefeito também utilizou as redes sociais e negou qualquer tipo de irregularidade. Ele voltou a afirmar que o empenho feito para compra dos livros sobre a Covid-19 foi anulado.
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Foto: reprodução/redes sociais