Regina Duarte deixa comando da secretaria de Cultura do governo Bolsonaro

Atriz vai assumir a administração da cinemateca de São Paulo.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Regina Duarte deixa comando da secretaria de Cultura do governo Bolsonaro
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais na manhã desta quarta-feira (20) para formalizar a saída da atriz Regina Duarte do cargo de secretária especial de Cultura. No Twitter, o presidente afirmou que ela assumirá a Cinemateca, em São Paulo, “para estar mais próxima da família”.

“Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias”, afirmou Bolsonaro no Twitter, em vídeo ao lado da atriz.

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No vídeo, Regina Duarte brinca com as declarações que surgiram na imprensa de que ela estaria sendo “fritada” pelo governo Bolsonaro, ao que o presidente respondeu que jamais a fritaria. “A cinemateca é um braço da cultura, um museu do cinema brasileiro, isso é um presente duplo porque estarei perto da minha família”, declarou a atriz.

O nome do novo chefe da pasta ainda não foi divulgado. Um dos nomes ventilados é do ator Mário Frias, que almoçou com o presidente na tarde desta terça-feira (19), após conceder entrevista à CNN se oferecendo para o cargo.

Regina Duarte assumiu a Secretaria de Cultura no último dia 4 de março, com a missão de “pacificar” o embate entre a classe artística e a indústria da cultura com o governo federal. Desde o início do mandato de Bolsonaro, a secretaria teve alta rotatividade em razão de polêmicas na pasta e em órgãos vinculados a ela, dentre elas a nomeação do maestro Dante Mantovani como presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no dia 5 de maio. Ele tinha sido exonerado por Regina no primeiro dia da atriz à frente da secretaria.

A atriz também recebeu críticas da classe artística, que se queixava da omissão dela durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), sobretudo com ações federais para apoiar artistas afetados com a suspensão de espetáculos e shows.

Também foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, que cobrou uma presença mais constante da secretária em Brasília. O presidente disse também que ela estava tendo dificuldade em lidar com questões de “ideologia de gênero”.

“Infelizmente, a Regina está em São Paulo. Está trabalhando pela internet ali. E eu quero que ela esteja mais próxima. É uma excelente pessoa, um bom quadro. É também uma secretaria que era ministério. Muita gente de esquerda pregando ideologia de gênero. Essas coisas todas é que a sociedade, a massa da população, não admite. Ela tem dificuldade nesse sentido”, disse Bolsonaro.