Vacinas disponíveis são para quem tem comorbidades e avançar para outros grupos pode gerar problemas, diz Beltrammi

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES

Vacinas disponíveis são para quem tem comorbidades e avançar para outros grupos pode gerar problemas, diz Beltrammi

O secretário Executivo de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, disse hoje (17) que as últimas doses de vacina contra Covid-19 recebidas por estados e municípios são para imunizar pessoas com comorbidades. De acordo com ele, avançar na vacinação de outros grupos, agora, pode gerar problemas.

A entrevista foi concedida ao Bom Dia Paraíba, das TVs Cabo Branco e Paraíba, na qual o médico falava sobre a imunização de trabalhadores da educação, nesse momento.

O secretário não fez referência direta ao planejamento da prefeitura de João Pessoa, que neste domingo (16) começou a vacinar os profissionais da educação e, no sábado, iniciou a vacinação de moradores de rua. Os dois grupos, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), devem receber a doses após atingido a meta do grupo de comorbidades.

Beltrammi alertou que seguir o PNI é uma boa ideia porque dá uma chance de compreender que quando é feita a conta para o grupo de comorbidades e se começa a utilizar vacinas em outro grupo há um desrespeito ao cálculo que foi feito e pode haver problemas com doses de vacina pra frente.

“Porque eu não calculei doses para professores, eu calculei pra comorbidade, desrespeitar essa lógica pode trazer problemas para segurança do plano. Esse é o alerta que a Secretaria de Saúde dá no início da semana. Eu não fiz contas, o Ministério da Saúde não apresentou cálculos para vacinar outros grupos que não as comorbidades”, explicou Beltrammi.

O que diz a prefeitura

A Procuradoria de João Pessoa nega qualquer irregularidade e que esteja avançando na vacinação, sem levar em conta as metas de imunização dos grupos. De acordo com as autoridades de Saúde da capital, o grupo de professores está incluído no PNI e que foi concedida a autorização para vacinar esse profissionais desde que vacinasse antes os moradores de rua, o que foi feito no fim de semana.

Ação do MPF 

O vice-procurador-Geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, deu entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) a um pedido para suspensão imediata da vacinação contra Covid-19 dos trabalhadores da educação de João Pessoa. O pedido do MPF foi protocolado neste domingo (16) e está nas mãos do ministro-presidente Luiz Fux decidir se a imunização desse grupo será interrompida ou não na capital.

Os MPs alegam que o município vem avançando precipitadamente para atender grupos fora da ordem prioritária, definida para implementação do PNI. E que não está atingindo as metas de um grupo antes de começar a imunização de outro. São dezenas de reclamações de pessoas dos grupos prioritários iniciais que não conseguem agendar a vacinação.

>> Saiba quais os trabalhadores da educação vão tomar vacina contra Covid-19 em João Pessoa

Ouça o que disse Beltrammi: