Wallber chama polícia civil de ‘medíocre’ após acordo com governo e categoria reage

Deputado criticou a categoria por aprovar a proposta apresentada pelo governador João Azevêdo mesmo sem definição sobre PCCR.

Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
Wallber chama polícia civil de 'medíocre' após acordo com governo e categoria reage
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O acordo firmado entre representantes da Polícia Civil da Paraíba e o governo do estado, nesta quarta-feira (12), acabou gerado um mal-estar entre a categoria e o deputado Wallber Virgolino (Patriota). Um áudio compartilhado por ele em suas redes sociais, o parlamentar, que deputado concursado, chama os ‘colegas’ de “cornos, fracos e medíocres”.

A queixa do deputado é que duas demandas importantes para a categoria ficaram em aberto. O aumento do valor da hora-extra e o criação de um Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR). Este último, inclusive, foi promessa de campanha do governador João Azevêdo (Cidadania), em 2018.

“Nem coragem de lutar tem. Me envergonha essa categoria”, disparou. Wallber disse que foi por isso que virou deputado.

O presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira do Estado da Paraíba (Aspol), Beethoven Silva, lamentou a postura do deputado e disse que está envergonhado de ter votado nele nas Eleições 2018. “O comportamento que ele tem agora, no mínimo, desrespeito. Não vou utilizar de palavras do mesmo nível porque obviamente eu estaria me rebaixando. Só demonstra que ele não tem condições de exercer o mandato que a própria categoria que o colocou lá”, completou.

Acordo

Em assembleia geral extraordinária, no estacionamento da Central de Polícia, em João Pessoa, a categoria aceitou o reajuste salarial de 10% e uma incorporação de 100% da bolsa desempenho em 48 meses, proposta do governo.

Além do reajuste no salário final, também foi acordado que haverá reajuste de 24% de aumento no auxílio alimentação que passará de R$ 484 para R$ 600 e será paga a proporção de 93% em cima da verba de risco de vida dos delegados e peritos para todos os investigadores e escrivães. Para o agente operacional, o risco de vida ficará no valor fixo de R$ 900.

Segundo a Aspol, ficou em aberto a discussão referente ao valor da hora-extra. Ainda ontem, o governador João Azevêdo se reuniu com entidades que representam a categoria e anunciou que a gestão vai criar uma comissão para avaliar a criação do PCCR para a Polícia Civil do estado.

Ainda ficou em aberta a discussão do valor da hora-extra, que o menor valor até o momento será de R$12 por hora.

“Vamos receber essa proposta, embora não seja digna para o investigador da Paraíba. A nossa luta continua pela valorização salarial através do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração – PCCR, para que a Polícia Civil deixe de receber o pior salário do país”, disse Beethoven Silva.