Com 23ª denúncia, Calvário abre mais um ‘braço’…

Com 23ª denúncia, Calvário abre mais um 'braço'...
Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

Pouca gente percebeu, mas a 23ª denúncia apresentada no âmbito da Operação Calvário, divulgada na última sexta-feira (29), mira um suposto esquema de propina vinculado a contratos de um outro setor da administração estadual: o responsável pela compra de produtos agrícolas.

Não eram contratos da Saúde ou da Educação, como costumeiramente temos visto em outras fases.

A denúncia relata que o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) teria sido beneficiado com o pagamento de 10% em propina, por parte de empresas com contratos milionários para o fornecimentos de sementes e outros itens.

O dinheiro, conforme o MP, teria ido parar nas contas do ex-governador através de uma de suas irmãs e teria ajudado na compra de um imóvel em João Pessoa.

O mesmo documento afirma que uma das empresas, que supostamente teria participado da transação, manteve contratos que chegam a R$ 58 milhões com Estado.

Ou seja: a denúncia sinaliza a abertura de mais uma frente de investigações – embora não tenha tido foco na empresa ou nos contratos firmados por ela. O foco da denúncia, repito, é a suposta propina e a compra do imóvel por parte do ex-governador.

Fica clara, contudo, a ‘fumaça’ de que outros episódios podem surgir a partir do relato feito pela peça acusatória. É como se o Gaeco tivesse aberto mais um ‘braço’ na maior operação de combate à corrupção da história da Paraíba. Saber o ‘que’ e ‘quem’ ele conseguirá alcançar, serão as cenas dos próximos capítulos.