Pílula antiviral contra Covid-19 é aprovada pela Anvisa para uso emergencial

Medicamento, da farmacêutica Pfizer, é indicado para adultos que tenham testado positivo para a doença e apresentem risco de progressão para casos graves.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (30), o uso emergencial de um medicamento antiviral de combate a Covid-19. A pílula chamada Paxlovid foi desenvolvida pela farmacêutica Pfizer.

Diversos órgãos de saúde internacionais haviam aprovado o uso do medicamento (que não substitui a vacina  contra a Covid) desde o ano passado, como a FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, e as agências regulatórias do Reino Unido e da União Europeia.

Nesta quarta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que um dos pontos determinantes para que seja decretado o fim da “emergência em saúde pública” no Brasil é o acesso a medicamentos eficazes contra a Covid-19 na fase inicial.

Como funciona e quem pode tomar?

Indicado para adultos que tenham testado positivo para a Covid-19 (que não requerem oxigênio suplementar) e apresentem alto risco de progressão para casos graves, incluindo hospitalização ou morte.

O Paxlovid consiste em dois comprimidos antivirais em conjunto: o nirmatrelvir e o ritonavir. O nirmatrelvir é um novo remédio desenvolvido pela Pfizer-BioNTech, enquanto o ritonavir é uma droga que já era usada no tratamento do HIV/AIDS. Os dois atuam em conjunto bloqueando uma enzima que o vírus precisa para se replicar no corpo.

Estudos indicam que a droga reduz em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos expostos aos riscos.

Venda sob prescrição médica

O medicamento é de uso adulto, com venda restrita para quem tiver a receita. De acordo com a decisão da Anvisa, o Paxlovid não está autorizado para início de tratamento em pacientes que precisam de hospitalização por causa de manifestações graves ou críticas da Covid-19. Também não está autorizado para tratamento precoce.

A Agência esclareceu, ainda, que o medicamento não está autorizado para uso por mais de cinco dias. Além disso, como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o referido medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término do tratamento.

“É importante esclarecer ainda que o Paxlovid não é recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida”, disse a Anvisa, em nota.

Ainda segundo a entidade regulatória, o medicamento deve ser dispensado exclusivamente pelo farmacêutico, com orientação ao usuário de que o Paxlovid é de uso individual e exclusivo ao paciente que passou por avaliação médica e que recebeu a prescrição.

É eficaz contra ômicron?

Dados iniciais sugerem que Paxlovid é SIM eficaz contra a variante ômicron. Três estudos divulgados pela Pfizer indicam que a pílula mantém sua atividade antiviral contra variantes do novo coronavírus, incluindo a ômicron.